PF “endurece” com índios que exigiam andar com veículos irregulares em Vilhena

Delegado avisa que ilegalidades não serão toleradas.

Publicada em 01 de janeiro de 2016 às 09:43:00

Informações obtidas pelo FOLHA DO SUL ON LINE dão conta que, há cerca de 90 dias, líderes indígenas se reuniram com representantes do Ministério Público Estadual, PRF, Polícia Federal e da Procuradoria da República em Vilhena. Na época, a DPF na cidade era comandada pelo delegado Flori Cordeiro de Miranda Júnior. Os indígenas exigiram naquela ocasião, coisas inusitadas: além de dirigir sem habilitação, queriam que seus veículos não fossem fiscalizados pelos órgãos responsáveis pelo trânsito. 

O atual delegado da PF em Vilhena, Duilio Mocelin, que comandou a operação que prendeu,  nesta quarta-feira, 30, dois índios com uma picape Amarok roubada (FOTO), confirmou a realização da reunião e garantiu que a posição da PF é a de coibir esta prática delituosa. “Os índios exigiram que dentro da cidade não houvesse fiscalização sobre os seus veículos. Eles apresentaram justificativas que foram julgadas desarrazoadas pela Polícia Federal”, explicou Mocelin e concluiu: “Esse tipo de exigência em nenhum momento foi atendido e não há sustentação legal para que isso ocorra”. 

O delegado deixou claro que a questão indígena serve para proteger os índios contra ilegalidades, mas de forma alguma pode ser usada por eles como proteção para prática de ilegalidades.  “Qualquer tentativa deles de se dirigirem à cidade e utilizarem a questão indígena como proteção para a prática de ilícitos será inibida pelo Estado, seja pela PF, PRF, PM ou Civil”, afirmou. 

RECORRÊNCIA

A operação de ontem, que culminou com a prisão de dois indígenas e recuperou a picape Amarok roubada, foi um trabalho em conjunto entre as polícias Federal, Rodoviária Federal e Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar. “Houve um levantamento inicial para ver se batiam algumas informações, e verificamos que a picape era produto de ilícito, então solicitamos a ajuda da PRF e do GOE que nos prestaram apoio”, disse Mocelin.

Mas não é a primeira ocorrência do tipo registrada em Vilhena. Há cerca de 15, dias um grupo de índios foi detido na BR-174 com uma S-10 também roubada. Ainda no mês de dezembro, outras quatro picapes roubadas e que estavam em poder de indígenas foram recuperadas na cidade de Juína (MT). Segundo informações passadas ao site, todos os veículos estavam em poder de membros de uma mesma etnia:   enawenê-nawê.


Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci