Quando desaparece o pudor

Valdemir Caldas

Publicada em 08 de September de 2014 às 08:22:00

Quando a própria autoridade não dá o exemplo, dificilmente poderá cobrar dos que lhe devem obediência hierárquica o comportamento socialmente exigível. Ainda é o exemplo a melhor forma de orientar a conduta das pessoas, inventem-se quantos recursos eletrônicos se inventarem.

Assim, cada dia fica mais distante o momento em quepolíticos rondonienses passarão a desempenhar a contento as atribuições para as quais foram eleitos e são mantidos com o suado dinheiro do contribuinte, já exaurido com uma infindável quantidade de impostos taxas e contribuições.

Enquanto se sucedem as denúncias a respeito do envolvimento de deputados estaduais com toda sorte de atos ilícitos, como folha de pagamento paralela, mensalinho, mensalão, dinheiro em cueca, dentre outras bandalheiras do gênero, a população continua aguardando as providências estrepitosamente anunciadas, mas, jamais, experimentadas.

Como se já não bastasse o fato de deputados estaduais receberem R$ 3 mil de auxilio moradia, mesmo residindo em Porto Velho, como é o caso do presidente da ALE/RO, José Hermínio Coelho (PSD), tem o cidadão rondoniense mais uma razão para não acreditar na classe política.

Agora, mesmo, o contribuinte corre o risco de desembolsar mais de R$ 260 mil para pagar um serviço que a ALE/RO poderia conseguir sem nenhum custo, mas o presidente Hermínio não quer. Refiro-me à transmissão ao vivo das sessões plenárias daquela Casa. O edital já teria sido agendado para o dia 16 próximo, conforme informa o site Rondoniaovivo. Depois, os políticos ainda têm a cara de pau de reclamar, quanto o povo resolve dar-lhes uma banana nas urnas.

Não é de hoje que a ALE/RO vem promovendo esquisitices com o dinheiro do povo, mas se não pode negar que elas ganharam corpo depois que Hermínio sentou-se na cadeira antes ocupada por seu colega Valter Araújo.

É preciso que a autoridade maior seja enérgica, coibindo mais essa pândega, que só contribui para aumentar ainda mais o elevado índice de desmoralização de que desfruta a ALE/RO no conceito de expressiva parcela da população e, de quebra, joga na lata do lixo a já desgastada credibilidade da classe política rondoniense.