Reforma da Previdência: novamente, vai sobrar para os servidores ativos, aposentados e pensionistas
Valdemir Caldas
A reforma da previdência que o presidente em exercício, Michel Temer, pretende enviar ao Congresso vai mexer, novamente, na idade mínima para aposentadoria dos servidores públicos, passando dos atuais 60 anos para 65, para homens, e de 55 anos para 63 anos, para mulheres. O cálculo das aposentadorias e pensões seria desvinculando do salário mínimo. Aventa-se, também, a flexibilização das leis trabalhistas. As regras já seriam aplicadas imediatamente.
Os técnicos do governo acreditam que as mudanças ajudarão a reduzir a sangria nos cofres da previdência. O governo precisa de dinheiro para tentar fechar o buraco orçamentário deixado pela desastrosa administração petista. Os compromissos são muitos e a receita encolheu, resultado da crise político-financeira pela qual passa o país.
Por isso, chegou a hora de substituir o discurso e as boas intenções por medidas concretas, anteriormente proclamadas, ainda que amargas, mas que, jamais, saíram do papel, seja por incompetência, seja por comodismo, seja, ainda, por falta de compromisso com a Nação.
Como sempre acontece em ocasiões com essa, a corda acaba arrebentando do lado mais fraco, no caso especifico, servidores ativos, aposentados, pensionistas e trabalhadores da iniciativa privada. Esse é o tipo de consideração que muitos dos nossos dirigentes nutrem pelos que prestam serviços à máquina burocrática, de modo particular, e ao país, de modo geral. Considere-se que a expectativa de vida do brasileiro é de 75 anos (isso, evidentemente, se tiver uma boa alimentação), com as novas medidas, muitos nem chegarão a receber o primeiro benefício.