Resenha política - Robson Oliveira

O governador Confúcio Moura decidiu não meter o bedelho na sucessão da Assembléia Legislativa evitando, no entanto, voltar a ser chamado de frouxo pelo deputado Hermínio Coelho.

Publicada em 16/01/2013 às 12:42:00

Retorno

Depois de um mês de férias na aprazível João Pessoa estamos nós aqui de novo. As férias não foram melhores porque fui obrigado a me submeter a uma cirurgia no ombro direito para recompor os tendões, retirar um esporão e lubrificar uma bursite que está obrigando este cabeça-chata a ficar com o braço imobilizado por trinta dias e gemer toda vez que vai dormir. Já a coluna, com ajuda da esposa, vamos ditando e ela digitando para retornar ao batente.

Nazif

Ontem assisti a uma entrevista concedida pelo prefeito Mauro Nazif ao programa Câmara 11, da TV CANDELÁRIA. Seguro, pés no chão vi um prefeito consciente do problema que está encarando e não reclamando da herança recebida.

Lua de mel

Diferente dos prefeitos que optam em passar meses criticando os alcaides que saíram para esconder a própria incompetência, Nazif explicou algumas ações que pretende implementar e agradeceu o apoio que vem recebendo do munícipe. Ora, se a população vota contra a administração que está no poder é porque já sabe antecipadamente que vai ruim e precisa mudar. Nazif não inovou, foi apenas sincero. Esta lua de mel com o munícipe tem data de vencimento.

Mentira

As obras inacabadas dos viadutos foram parte do desgaste que corroeu a reputação do ex-prefeito da capital, hoje endemoniado Roberto Sobrinho. Mauro Nazif garantiu ao CQC que os recursos para a conclusão das obras existem e saberá concluí-las. A afirmação não foi totalmente sincera, pois esta coluna tomou conhecimento de uma reunião ocorrida segunda-feira passada, na sede do Dnit em Brasília, exatamente sobre estas obras, que desmentem o que disse o prefeito ao programa da Band.

Inviável

O Dnit decidiu requerer da prefeitura de Porto Velho a prestação de contas dos gastos com as obras inacabadas dos viadutos. Significa dizer que, independentemente do prefeito de plantão, a prefeitura é obrigada a apresentar os gastos e eventuais saldos.

Batata turca

O problema é que o Dnit tem revelado em conversas informais que a obra não será concluída este ano e quer repassá-la para o Estado. Tudo o que o governo confuso do Confúcio Moura não precisa para inviabilizar-se de vez no maior colégio eleitoral estadual. A batata quente deverá ficar mesmo nas mãos do turco (Nazif). Aí a lua e o mel se esvaem.

Permissividade

Ao nomear o irmão Gílson Nazif para a Secretaria de Obras da Capital, o prefeito Mauro Nazif repete o mesmo erro de alguns governantes colocando nos cargos públicos familiares que passam a exercer verdadeiramente o poder outorgado pelo povo.

Burrice

Mauro ainda incorre no mesmo risco de Confúcio Moura que foi obrigado a demitir as irmãs do primeiro escalão por exigência do Legislativo. Portanto, Gílson passar a ser o calcanhar de 'Aquiles' de Nazif. Os zelosos vereadores, que não são bobos, sabem disso. Nem o histórico político limpo do prefeito foi capaz de impedi-lo de praticar tamanha solene burrice no dia da posse. Quem viver verá.

Camarilha

Recebi um e-mail do conceituado advogado e militante do PT, Ernandes Segismundo, denunciando uma suposta manobra do presidente municipal petista (Porto Velho), Tácito Pereira, visando impedir que o ex-prefeito Roberto Sobrinho seja julgado pela Comissão de Ética do partido, apesar de haver três representações. Esta coluna já havia alertado que a vida partidária do ex—prefeito não seria fácil nas entranhas petistas. Piorou depois das operações policiais que desvendaram supostos malfeitos. Nada de novo.

Blindagem

Comenta-se nos gabinetes parlamentares em Brasília que o Diretório Nacional do PT poderá sair em socorro do Sobrinho, evitando expurgos em Rondônia. Há quem aposte na reabilitação do ex-prefeito. Como na política e na medicina não podemos assegurar “nem nunca nem sempre”, a ressurreição pode ocorrer. Assim como a blindagem. Apesar do escriba ser um incrédulo convicto.

Fritura

O competente Diretor do DER, Lúcio Mosquini, foi apontado como sendo o responsável pela indicação de Emerson Castro para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, mas é pura lorota. A verdade é que há gente no próprio governo detonando Mosquini. Aliás, caberá ao Lúcio Mosquini a responsabilidade de tocar um conjunto de obras com os recursos do BNDES assim que as chuvas cessarem.

Sugestão

Emerson Castro já havia sido sugerido ao governador pelo setor empresarial ligado ao turismo para assumir a pasta da área. A sugestão havia sido acatada, mas diante da inoperância do titular da SEDES, Moura aproveitou e optou por nomear Castro para o Secretaria de Desenvolvimento. Uma boa aquisição.

Perseguição

Ninguém em juízo perfeito acreditaria que na administração de Confúcio Moura alguém fosse perseguido independentemente das “razões”. Mas pelo que denuncia o professor Francisco Xavier Nunes a toda poderosa Secretária Estadual de Educação, Izabel Luz, anda metendo os pés pelas mãos e perseguindo aqueles diretores que ousam discordar de suas sapiências e suas ordens. Em artigo bem articulado Xavier revela as perseguições e critica a forma com Luz age contra quem não se alimenta de suas energias. Exagera apenas ao cotejar esta permissiva prática do governo passado com o atual. Em se tratando de caça as bruxas nada se compara ao passado.

Frouxo

O governador Confúcio Moura decidiu não meter o bedelho na sucessão da Assembléia Legislativa evitando, no entanto, voltar a ser chamado de frouxo pelo deputado Hermínio Coelho que notabilizou-se neste primeiro biênio pela incontinência verbal contra o chefe do executivo. A ordem de Moura aos seus auxiliares é esquecer de abater as pretensões de Coelho em permanecer por mais dois na presidência da ALE. Deputados aliados do palácio discordam da ordem do governador.