Resenha política - Robson Oliveira

O PSDB e a pré-candidatura a prefeito do ex-promotor Hildon. A tentativa de policiais militares de intimidarem a OAB.

Publicada em 29 de June de 2016 às 16:45:00

Campanha

Na medida em que se aproximam as convenções partidárias que indicarão os candidatos a prefeitos e vereadores, as pré-candidaturas começam a aparecer. Em Porto Velho, por exemplo, Williams Pimentel (PMDB), Ribamar Araújo (PP) e Mauro Nazif (PSB) deverão ser homologados por suas legendas. Pimentel e Nazif disputam os espaços na mídia para alavancar as pretensões. O primeiro aproveita até aniversário familiar para juntar plateia, o segundo, na condição de prefeito, inaugura obra e é pauta de toda mídia.

Expectativa

O PTB tem no deputado estadual Léo Moraes o melhor quadro para oferecer ao eleitor da capital. Ainda não decidiu pela pré-candidatura porque aguarda uma definição do PSDB que, aliás, também não decidiu um nome. O ex-promotor de Justiça Hildon Chaves anunciou à direção do tucanato que tem interesse de colocar o nome à disposição do PSDB já que a deputada federal Mariana Carvalho sinaliza internamente que não está motivada em disputar as eleições municipais. São dois bons nomes que estão na expectativa de se firmarem na disputa.

Entrevistas

Nos últimos dois dias, Dr. Hildon Chaves foi entrevistado nos principais programas radiofônicos da capital pelos jornalistas Maurício Calixto e Arimar de Sá, quando explicou os motivos pelos quais decidiu ingressar na política e disputar uma eleição tão complexa quanto é a de Porto Velho. Além das explicações, Dr. Hildon traçou as principais metas para retirar o município do marasmo administrativo que se encontra nesses últimos doze anos.  Apesar de noviço em embates eleitorais, o ex-promotor demonstrou intimidade com a política ao desenhar cenário nacional, estadual e municipal.

Riscos

Embora a equipe econômica do prefeito Mauro Nazif não comente publicamente, em privado tem demonstrado muita preocupação com a queda da arrecadação municipal e, em especial, com a queda dos impostos oriundos das Usinas. Há riscos enormes das contas fecharem no final do ano no vermelho. Um risco que todos ligados à municipalidade escondem: pelo menos até o final das eleições.

Deu Zika

Não bastassem os problemas pela poeira, buracos e praças sujas provocadas pela administração de Mauro Nazif, o aumento exponencial de dengue, febre Chikungunya e Zika revelam a face de uma administração que chega ao último ano sem um saldo positivo a ser apresentado à população. É terrível reconhecer que as esperanças que os eleitores da capital depositaram no médico Mauro Nazif se frustraram inclusive na especialidade profissional que o projetou à política.  A saúde municipal está na UTI.

Alcoice

Mesmo todas as pesquisas indicando que o eleitor brasileiro está agastado com os políticos e os partidos com os quais registram suas candidaturas, muitos eleitores vão às urnas este ano escolher vereadores e prefeitos sabendo da possibilidade de eleger um vigarista. Embora nem todos sejam salafrários, as casas legislativas – com raríssimas exceções – se tornaram um local de alcoice.

Retrato

Se o Congresso Nacional é o retrato em branco e preto da sociedade, conforme alegam alguns estudiosos da política, nosso país faz jus aos degredados trazidos da Europa pelas caravelas para ajudar povoar a terra de pindorama.

Intimidação

Quando os membros da diretoria da OAB-RO foram ao Comando Geral da Polícia Militar para cobrar dos comandantes a apuração isenta da tortura perpetrada contra um advogado que compareceu a uma ação policial para atender um cliente, não fizeram como gesto de intimidação. Ao contrário, pediram apuração e punição. Já uma entidade militar convocou pelas redes sociais os militares para comparecerem à sede da OAB-RO com o único intuito de intimidação. Uma corporação armada jamais tem o direito de intimidar uma civil e quando o faz agride ao Estado Democrático de Direito.

Autoritarismo

Mesmo que o advogado – vítima de uma sova odiosa – houvesse extrapolado as suas prerrogativas profissionais ao atender um cliente em situação de condução coercitiva, não poderia o policial militar utilizar da força bruta para deformar com socos e pontapés alguém que lhe desacate. O policial é preparado – ou deveria – para atender casos que causam estresse e agir moderadamente para controlar situações complexas e tensas. Portanto, nada justifica as cenas de tortura registradas na face do advogado esmurrado.