Resultado das urnas derrubará o “Principado da Maracutaia”

Gessi Taborda

Publicada em 29 de October de 2016 às 08:43:00

FILOSOFANDO

O tempo não comprou passagem de volta, Tenho lembranças e não saudades.” MARIO LAGO (1911/2002), compositor musical e ator brasileiro.

PODERIA SER PIOR

Bem, amanhã será o grande dia. Certamente, ainda no início da noite já saberemos o nome do novo prefeito de Porto Velho. E como me dizia ontem João Cahulla, antecessor de Confúcio no governo rondoniense, o eleitorado da capital, escolha quem escolher, já deu mostras de ter livrado Porto Velho do pior.

“Imagine se no segundo turno a disputa fosse entre o (ainda) atual prefeito e aquele seu antecessor do PT! Ai a capital estaria verdadeiramente no mato sem cachorro, ai sim, a coisa poderia ser muito pior”. É, o Cahulla, hoje mais dedicado à pesca no Madeira não deixa de ter razão.

O COMEÇO

Às vezes as coisas certas acontecem por linhas tortas, como o antigo ditado popular registra. Não se imaginava no princípio desse ano o surgimento de um candidato do perfil de Hildon Chaves. Antes, no ninho tucano só se falava na deputada federal Mariana Carvalho. Ela resistiu ao assédio, rejeitando todos os estímulos e indicações para entrar na disputa.

E foi assim que surgiu o mega empresário da Educação, Hildon Chaves, como o nome do partido para disputar a sucessão municipal.

AZARÃO

Antigo membro do Ministério Público rondoniense, onde atuou por mais de duas décadas, Hildon aceitou o desafio de disputar pela primeira vez uma campanha eleitoral para um cargo da importância de prefeito da capital.

Começou no primeiro turno como o grande azarão. Um candidato lançado por uma sigla importante, mas apenas com um partido pequeno (PSDC) como aliado. Aparentemente não tinha qualquer chance de chegar ao segundo turno.

E o “azarão” tornou-se o principal instrumento para desconfigurar o jogo dos políticos que ao longo dos anos vinham sufocando as aspirações de Porto Velho, a ponta de tornar a capital rondoniense como a líder no ranking das piores cidades de porte médio do Brasil, especialmente quando comparada a outras capitais de estado.

QUEDA DO PRINCIPADO

Estamos para concluir uma eleição inusitada em Rondônia. Amanhã o voto do eleitor poderá decretar de vez a queda do “principado” que espera continuar dando as cartas na vida política do município como apoiador do mais jovem candidato nesse confronto.

O eleitor, desrespeitado com a escolha do mais jovem candidato em transformar a campanha eleitoral num festival de baixaria e esquecendo-se daquela ortodoxia da disputa eleitoral de qualidade, ou seja, do confronto das ideias, do caráter pedagógico, vai para as urnas sabendo, claramente, qual o candidato foi autor de si mesmo e qual preferiu desempenhar o script de estrategistas do ódio.

O “principado” em que habitam personagens como Carlão de Oliveira, Nilton Capixaba, Confúcio Moura, petralhas diversos e atém os travestidos de “comunas de ocasião” estão prestes a descobrir como o feitiço pode se virar contra o feiticeiro.

COMO DEVER

A “briga” semelhante às provocadas por moleques de rua poderia mesmo estimular o aumento do voto nulo. Afinal o eleitor foi colocado, por estas brigas, numa encruzilhada dramática de preferir um ou outro candidato. Contudo, pelo sentimento latente das ruas é possível crer exatamente numa aposta do eleitor em escolher, como dever inalienável, votar.

TENDÊNCIA NATURAL

As pessoas com razoável senso de responsabilidade não sentem prazer algum em terceirizar a inteligência. Aproveitar nas urnas a chance eleitoral a favor da novidade e da capacidade de gestão, em contraposição à política que levou uma cidade como Porto Velho a essa situação de falência ética e de resolução de problemas.

Certamente o eleitor tende, como provam todos os tratados a respeito das disputas eleitorais, a embarcar na candidatura que manteve o as propostas no patamar do discurso mais elevado, sem se deixar enredar-se pela mediocridade.

VALE-TUDO

Na coluna de hoje não foi possível falar do debate ocorrido na TV Rondônia. Afinal, a ELG foi fechada horas antes desse evento que poderá ser tema da próxima edição. Imagina-se que ele acontecerá num ambiente mais civilizado.

Os debates anteriores envoltos numa embalagem de “vale-tudo” foram deploráveis. Serviram apenas para empobrecer ainda mais a imagem dos políticos.

O desemprego, a falta de atenção com o segmento da Educação, saúde e segurança devastaram o conceito verborrágico do candidato que, como o próprio disse, “faz política desde pequeninho” pois simplesmente reforçou a certeza da população de que seu sofrimento é culpa dos “políticos” que estão assentados nos diversos nível do Poder.

SATURADO

O resultado dessa eleição no domingo, independente de como foi o embate do confronto televisivo ontem, deve expressar o sentimento diante da saturação das práticas de corrupção que são facilmente detectáveis por todo o município.

Deve levar os louros da vitória aquele candidato que tem se comprometido em promover a mudança politicamente progressiva e sequencial na gestão das coisas do município, fazendo a transição da velha para a nova política. Certamente o eleitor está verdadeiramente amadurecido para identificar e votar no candidato que está nascendo para essa nova política.

DEFINIDA

Entre a maioria dos jornalistas que fazem a cobertura política na Assembleia Legislativa, ontem a percepção era que a eleição está definida. Na opinião daqueles ouvidos pela coluna, o cenário continua favorável a Hildon Chaves, “pois o candidato Leo não conseguiu avançar nada utilizando a tática da desconstrução” do tucano.

Na opinião desses especialistas, a busca e a exposição do apoio de Confúcio Moura ao candidato do PTB nesses momentos finais é de desespero. “Ora, se o apoio total de Confúcio não serviu praticamente de nada para o Pimentel do PMDB, descartado no primeiro turno, certamente não terá aproveitamento algum nesse segundo turno”.

IGUAL CINEMA

Hollywood é aqui. A PF infiltrou um agente numa academia de Blumenau (SC) por meses para pegar Michael Knighten, hacker foragido dos EUA. É acusado de desviar US$ 2 milhões de empresas americanas. Usava o nome de Michael Sabatine e foi pego pela digital num copo de plástico periciado pelo Instituto Nacional de Criminalística.