Rondônia precisa de um choque de moralidade

É isso o que esperam os quase quatrocentos e vinte mil rondonienses que foram às urnas e sufragaram, pela segunda vez, o nome de Confúcio Moura.

Publicada em 16 de December de 2014 às 11:55:00

Valdemir Caldas

 

A recusa em enxergar um palmo adiante do nariz e a valorização de privilégios politiqueiros, em detrimento dos legítimos interesses da população rondoniense, principalmente dos segmentos mais sofridos da sociedade, vem prejudicando o encontro de soluções para muitos dos problemas que afligem a nossa gente.

Quando se trata de superar uma crise aguda, como essa que afeta setores da administração Confúcio Moura, aí então esses dois fatores agravantes mais se destacam. O governador precisa chamar a si a responsabilidade e iniciar uma faxina nos quadros do governo.

É preciso reorientar a administração e colocar nos postos de mando pessoas comprovadamente idôneas, que se imponham pela sua dignidade, pelo espírito público, pelos seus méritos e pelas suas virtudes, e não pela força do apadrinhamento político.

Rondônia vive uma crise de caráter como jamais se viu em toda a sua história. Nem o escândalo da folha de pagamento paralela, patrocinada por deputados estaduais (um dos beneficiados no esquema ainda tem a cara de pau de aparecer na televisão, vestindo o esfarrapado manto da moralidade pública e apontando o dedo na direção de desafetos), fomentou tanta revolta no seio do povo quanto os recentes episódios envolvendo membros do atual governo.

Nenhuma crise, contudo, é eterna. O dirigente estadual precisa ter coragem e disposição para enfrentá-la e cortar na própria carne, se necessário for. Ele não poder deixar-se levar pela cantilena dos parasitas de plantão(que só sabem viver à tripa fora do dinheiro público, nem que para isso tenham que vender a própria alma ao diabo) e ceder na prerrogativa que lhe chegou às mãos pela vontade maiúscula de parcela da população.

Que se comesse, a partir de agora, uma nova era, para melhor, nos costumes administrativos. Não é de hoje que os rondonienses têm as suas esperanças frustradas pela ação sub-reptícia e pusilânime de políticos e administradores ambiciosos e corruptos.

O governador não pode deixar fenecer as esperanças da sociedade, abrindo espaço para pronunciamentos e incontinências verbais que ninguém pode dizer ao certo até onde podem chegar.

A administração estadual precisa de um choque de moralidade. Introduzam-se padrões morais aceitável na máquina governamental, que se reduzirão as condutas inaceitáveis e condenais de que se têm notícias. É isso o que a sociedade quer, ainda que sejam poucos os que enxergam. É isso o que esperam os quase quatrocentos e vinte mil rondonienses que foram às urnas e sufragaram, pela segunda vez, o nome de Confúcio Moura.