Semusa intensifica teste rápido para diagnóstico do HIV em unidades de saúde

O evento também fez parte da programação da Semana de Ativismo encerrada na última sexta-feira, 30.

Publicada em 04/12/2012 às 10:23:00

Porto Velho, Rondônia - Desde 1987, quando foi confirmado o primeiro caso da doença em Porto Velho, até junho de 2011, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) já havia confirmado 1.692 casos de Aids em adultos. Desse total, 1.030 são pacientes do sexo masculino e o restante do sexo feminino. Na tentativa de reduzir esses números, a prefeitura realizou no período de 26 a 30 de novembro a “Semana de Mobilização” realizada em nove unidades de saúde. O evento também fez parte da programação da Semana de Ativismo encerrada na última sexta-feira, 30.

De acordo com a coordenadora do Programa de DTS/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Márcia Mororó, o número assusta, mas a incidência está bem menor do que havia sido projetado. “Por causa da obra das usinas hidrelétricas, tinha-se a previsão de que a incidência fosse bem maior, porque a Aids, assim como as outras doenças sexualmente transmissíveis, tem muito a ver com a movimentação populacional, mas felizmente esse índice ficou abaixo do esperado”, afirmou.

A coordenadora adiantou que ainda não tem o resultado de quantos testes rápidos para o diagnóstico da doença foram realizados durante a Semana de Mobilização, mas afirmou que as campanhas educativas realizadas pela Semusa têm contribuído para a situação não fique fora do controle. Nos últimos dois anos a prefeitura distribuiu entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) mais de 3 milhões de preservativos. Foram 537 mil, em 2010, e 2,6 milhões, em 2011.
Além da distribuição de preservativos, a população tem disponível em todas as unidades de saúde o teste para o diagnóstico precoce do HIV e em 12 unidades, existe a disponibilidade do teste rápido. "Com certeza essas ações de prevenção têm feito a diferença e evitado uma proliferação maior da doença na cidade”, disse.

Por que fazer o teste? 

A coordenadora do Programa de DST/Aids da Prefeitura de Porto Velho informou que a aids é uma doença que ainda não tem cura, mas tem tratamento. Os medicamentos oferecidos aos pacientes com aids são garantia de qualidade de vida. “Quem tem aids e não sabe, além de não estar se cuidando, pode transmitir o vírus involuntariamente”, alertou.

Ela adiantou ainda que o medo e o preconceito não podem mais ser motivo para que as pessoas deixem de fazer o teste anti HIV. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as possibilidades de adaptação ao tratamento, caso o resultado seja positivo. "Isso pode levar o paciente a viver muito mais e com qualidade de vida”, frisou.

O diagnóstico precoce é recomendado para gestante durante o pré-natal, quando a pessoa tiver alguma doença sexualmente transmissível, e pelo menos dois meses após relação sexual anal ou vaginal sem camisinha e também pelo menos dois meses após compartilhar seringas ou agulhas (uso de drogas injetáveis, tatuagens, piercing, etc).

Márcia Bororó lembrou que a pessoa pode estar infectada pelo HIV e não estar doente, isso porque a aids pode levar até 10 anos para se manifestar no paciente. O risco é que quando alguém está infectado, o HIV destrói as células de defesa, o organismo enfraquece abrindo caminho para outras doenças, manifestando-se assim, a aids. “O perigo maior é que a pessoa infectada, mesmo não tendo a doença, pode transmitir o vírus. Por isso, é importante o uso de camisinha em todas as relações sexuais e a não utilização de agulhas e seringas já usadas por outras pessoas”, ponderou.

Por Joel Elias
Fotos: Medeiros