Servidoras estaduais falam sobre o desafio da dedicação aos filhos e ao trabalho

O Dia das Mães de servidoras estaduais traz relatos de senhoras dedicadas que deram tudo de si para criar os filhos sem frustrar a expectativa de quem delas necessitou.

Publicada em 06 de May de 2016 às 12:38:00

Karina, Natália, Elis Regina, Laurela e Wilany mães e servidoras públicas

Mãe de duas filhas, a enfermeira Elis Regina Nascimento, 45 anos, moradora do bairro Caladinho (zona Sul de Porto Velho), cuidou de uma criança com microcefalia até os 7 anos de idade, no Hospital Cosme e Damião.

“Fui mãe aos 18, criei as minhas, mas o caso de Yasmim me sensibilizou demais, me fez chorar, marcou a minha carreira profissional”, comentou.

Yasmim, paciente com microcefalia, dependia de aparelhos. Com isso, administração, enfermagem e médicos se envolveram totalmente nos cuidados e no amparo à mãe, Elisângela. Em 2014, a menina morreu e o seu nome foi dado a uma das enfermarias, batizada de Cantinho Yasmim.

Na porta, colocaram um retrato dela, com a frase: Se o caminho é escuro, seja você a luz; se é frio, seja a pessoa que conduz o calor; mas se é solitário, seja a primeira a estender a própria mão.

“Até hoje essa mãe nos visita, com gratidão por termos cuidado da filha dela”, lembra.

Nascida em Porto Velho, Elis conta mais de 20 anos de serviços, criou Samara, 25, estudante de administração, e Sâmia, 23, cursando enfermagem. Sentiu-se desafiada quando se separou do marido, pois as meninas tinham apenas 5 e 7 anos. Só não foi mais difícil, porque os avós maternos lhe auxiliaram: dona Cleusa e Paulo, este, falecido.

Antes do Hospital Cosme e Damião, Elis trabalhou no setor de pediatria do Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II. “Cuidei muito de pessoinhas dependentes, mas todas as mães foram dedicadas e muito me ajudaram, mas a situação de Yasmin mexeu comigo”, disse.

Carioca de Nilópolis, de onde veio no ano 2000, a aluna cabo da Polícia Militar, Wilany Barbosa, 33, formou-se em letras pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), e casou-se com o soldado Luciano Macedo, formado em educação física no mesmo estabelecimento de ensino.

Há dez anos na corporação, ela diz que se sente feliz com a rotina da única filha, Letícia, de seis anos: “É de fato uma árdua tarefa cuidar de casa e trabalhar, mas tudo é gratificante, porque me divido entre educar e servir à comunidade”, afirmou.

Wilany relata que Letícia é uma criança amorosa, não dá trabalho e é bem dedicada ao 2º ano na Escola Alternativa. Por isso ela cumpre “com muito gosto e alegria” a rotina diária de buscá-la e levá-la para o Quartel General da PM, em Porto Velho, onde fica até as 13h30. “Ela faz logo a tarefa, o reforço, e aí brinca e descansa”.

Quando chegou a Rondônia, Wilany percebeu logo as carências rondonienses, e teve a oportunidade de constatá-las de perto. “Fui a Vilhena, a serviço e a passeio, e também viajei para a região do Abunã, mas se me oferecerem outra cidade, não troco mais Porto Velho por nenhum lugar”, comentou.

Antes de trabalhar no QG, Wilany serviu três anos à Assembleia Legislativa e também à Casa Civil do governo de Rondônia.

Laurelena Silva, 50, mãe de Lucas Gabriel, de 18, é servidora pública há mais de 30 anos. Atualmente está lotada na Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), na função de chefe de reinserção social, mas já passou por quatro secretarias: Seas, quando entrou no governo e exerceu a função de agente em atividades administrativas; Deosp (Departamento de Obras Civis e Serviços Públicos) e na Sejus, há mais de 14 anos.

Lucas Gabriel tem 18 anos, está terminando o Ensino Médio e quer ser veterinário. Formada em administração pública, a porto-velhense Laurelena diz que foi preciso muito planejamento para conciliar o trabalho, os cuidados com o filho e as atividades de casa. “Mas o meu objetivo era também buscar a independência financeira, e eu fiz tudo para conseguir segurar o meu primeiro emprego, sem sacrificar a família”.

Com 32 anos no serviço público, formada em administração, Natália de Souza Barros, 50, moradora do bairro Cohab, sente-se alegre de ser avó da pequena Alice Franco, 2, e mãe de Jailme Rodrigues, 28, e Jaqueline Rodrigues, 26.

Lotada há oito anos na Secretaria de Assistência Social (Seas), no setor administrativo financeiro, ela ingressou no serviço público como auxiliar administrativa. Era datilógrafa na Secretaria de Planejamento (Seplan).

“Quando comecei a trabalhar, não tinha filhos, e tudo era mais fácil, até ônibus do governo a gente tinha para trabalhar. Depois das crianças a maior dificuldade foi deixar na creche”, contou Natália. “Apesar das dores de cabeça, sempre soube conciliar família e trabalho”.

O primeiro Dia das Mães de Karina Siqueira, 28, será em 2017. Funcionária do cerimonial da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), ela espera João Pedro para o mês de junho. No entanto, promete: “Vou trabalhar até a bolsa estourar”.

Nascida em Ariquemes e há 12 anos em Porto Velho, ela é filha de migrantes paranaenses. O pai, Hélio Siqueira, e a mãe, Maria Inês, vieram do oeste do Estado do Paraná. Karina trabalha desde 2009 na Seduc.