Servidores da educação são diplomados em cursos MBA oferecidos pelo governo de Rondônia

O professor disse que não sabia porque o governo de Rondônia estava perdendo dinheiro com pedagogos que resolveram cursar MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria.

Publicada em 09 de December de 2016 às 11:22:00

O professor disse que não sabia porque o governo de Rondônia estava perdendo dinheiro com pedagogos que resolveram cursar MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria. Ele sugeriu que os 25 alunos-servidores da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) inscritos no curso da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) fossem embora.

Carla: "Chorei muito e me propus a estudar,"

Carla: “Chorei muito e me propus a estudar.”

“Chorei muito e me propus a estudar. Montamos um grupo de trabalho e estudamos de domingo a domingo”, conta como foi o início de tudo a pedagoga e orientadora educacional Carla Vanesa Ramos da Silva, de 38 anos, que integra o grupo de 80 servidores que concluíram a formação MBA e pós-graduação em administração pública.

Diplomas foram entregues na tarde dessa quinta-feira (8), no auditório da Porto FGV, credenciada da instituição de ensino sediada no Rio de Janeiro, com a secretária Fátima Gavioli representando o governador Confúcio Moura.

Fácil não foi. Afinal, o que teria a ver pedagogia com princípios de contabilidade e gestão administrativa? Carla não se intimidou, nem os colegas que todos os dias se reuniam à noite para estudar, com o desafio de vencer 18 módulos do curso, durante igual número de meses.

Com 20 anos de serviço público, dos quais 10 anos dedicados à administração escolar, cinco em sala de aula, os cinco últimos na Direção Geral de Ensino (DGE) e agora no programa Saúde Escolar, ela tirou 10 no TCC. “Por não ser da área financeira, me saí muito bem, e aquele professor me deu parabéns”, disse, sorrindo.

Carla afirmou ter se identificado com o curso por ter trabalhado 15 anos em escolas. “Tem vertentes que abrangeram partes administrativas da escola. Apesar de ser pública, é como se fosse uma empresa; ela recebe recursos, tem de organizar e controlar despesas e cuidar da gestão da comunidade escolar. E o curso tem sido útil também no meu setor hoje”, completou.

Fátima: "Amei ter a chance de fazer o curso."

Fátima: “Amei ter a chance de fazer o curso.”

Maria de Fátima Souza da Silva, de 60 anos, fez MBA em Gestão de Pessoas. A rotina e procedimentos do setor de Lotação da Seduc, onde trabalha, mudaram para melhor com o conhecimento adquirido durante o curso.

“Quando eu soube do curso, amei ter essa chance, essa oportunidade de fazer. No decorrer, senti dificuldades, saía do trabalho e tinha que vir na correria, foram provas extensas, mas valeu a pena. Quero agradecer muito ao governador por essa chance, porque se não fosse ele ter investido na equipe da educação, não estaríamos vendo mudanças”, afirmou Fátima Silva, funcionária há 25 anos, formada e pós-graduada na área de história. Em todo esse tempo, é a primeira vez que tem oportunidade de formação como essa.

“Não é todo dia que cai no colo uma chance assim. Acredito que foi muito proveitoso, e que atingimos o objetivo: concluir o curso e dar retorno ao governo e à sociedade”, ponderou José Antônio de Medeiros Neto, 56 anos, da Coordenadoria Regional de Educação de Ji-Paraná, formado em geografia e servidor desde 1997.

José Medeiros: "Não é todo dia que um curso assim cai no colo."

José Medeiros: “Não é todo dia que cai no colo uma chance assim.”

Ele concluiu o TCC com o tema gestão democrática nas escolas. E vivenciou todo esse processo nas escolas de seu município e unidades de regiões vizinhas subordinadas à sua coordenadoria.

O curso MBA de Gestão de Pessoas, para José Medeiros, que se deslocava de Ji-Paraná para Porto Velho para as aulas presenciais, foi surpreendente. “Tivemos a oportunidade de conhecer disciplinas e práticas de formação e captação de recursos humanos. Para nós que trabalhamos na coordenadoria como gestores, atuando com a lotação de servidores e professores nas escolas, isso trouxe uma visão muito profissional de todo esse processo. A gente está podendo aplicar no dia a dia e com certeza já percebe que há uma dinâmica muito melhor no tratamento destas questões na hora de fazer a distribuição do pessoal para lotação nas escolas”, avaliou.

A pedagoga Célia Klein, 36 anos, funcionária desde 2003, lotada em Cacoal, viveu drama semelhante ao de Carla Vanesa. No MBA de Gerenciamento de Projetos conviveu com matemática financeira e contabilidade, disciplinas que não tinha contato no dia a dia, e que tiveram de ser superadas. “O que mais guardei do curso foi a questão da implementação de projetos, com gerenciamento de riscos, de custos, e isso se aproveita em qualquer área”, opinou.

 


Fonte
Texto: Mara Paraguassu
Fotos: Ésio Mendes