Técnicos da Idaron são treinados para prevenção de enfermidades emergenciais em aves

O curso segue até sexta-feira (29) no Centro de Treinamento da Emater (Centrer), em Ouro Preto do Oeste, com 35 participantes.

Publicada em 27 de July de 2016 às 10:37:00

Fiscais (médicos veterinários) da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) iniciaram na segunda-feira (25) capacitação para participarem do Grupo Especial de Atendimento a Suspeita de Enfermidade Emergencial (Gease). O curso segue até sexta-feira (29) no Centro de Treinamento da Emater (Centrer), em Ouro Preto do Oeste, com 35 participantes.

Os 35 médicos veterinários da Idaron participam de capacitação durante uma semana em Ouro Preto d'Oeste         Os 35 médicos veterinários da Idaron participam de capacitação durante uma semana em Ouro Preto d’Oeste

No primeiro dia, houve palestras do representante da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antônio Mendes; e do coordenador nacional de Saúde das Aves, Bruno Rebelo Pessamilio, que falaram sobre o funcionamento e organização da cadeia avícola, biosseguridade na produção avícola e o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).

Em sua apresentação, Ariel Mendes destacou a importância da produção avícola para o País, vantagens competitivas para a produção no Brasil, pirâmide de produção, vantagens do Sistema de Integração, desafios para aumentar a produção, notificação obrigatória de doenças de rápida difusão, como influenza aviária e doença de Newscatle; o impacto dessas enfermidades, entre outros assuntos.

Entre as vantagens competitivas para a produção de aves no País, ele citou o custo de produção baixo, programa de sanidade animal e de biosseguridade eficientes, desenvolvimento próprio de tecnologias, flexibilidade para atender às exigências dos clientes, entre outros pontos. Sobre o mercado de exportação, o palestrante informou que o Brasil exporta para 158 países, nos colocando como o maior exportador de carne de frango do mundo, e o segundo maior produtor.

Já o fiscal federal, Bruno Pessamilio, falou sobre como minimizar os riscos durante a produção, legislação de sanidade avícola, plano de contingência do PNSA e os procedimentos a ser adotados pelos serviços oficiais. “Um programa de biosseguridade deve considerar epidemiologia, impacto econômico de doenças, custo benefício, aspectos legais e a decisão de controlar ou erradicar a doença”, apontou.

Ele explicou que menos doenças levam a melhor desempenho, menor mortalidade, uso de menos medicamentos, menor condenação da carcaça e melhor qualidade da produção.

A coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Emanuela Panizi, disse que o curso tem por objetivo capacitar o corpo técnico da Idaron para detecção, controle e erradicação de enfermidades em aves. “Um corpo técnico capacitado traz celeridade ao processo de detecção, controle e erradicação de um possível foco de doenças de alto impacto econômico, minimizando a disseminação de doenças, o período de interdição de propriedades e o impacto econômico da região afetada”, argumentou.

O treinamento ainda contará com palestras sobre as principais doenças das aves, aula prática sobre o uso de equipamentos de proteção individuais, necrópsia, colheita e remessa de material; exposição sobre a experiência no Mato Grosso, onde ocorreu um caso de influenza aviária; simulado de gabinete e visita a uma granja.

PRODUÇÃO

Curso - sanidade avícola (2)

O Brasil é o segundo maior produtor de aves do mundo e o maior exportador de carne de aves. A produção avícola gera quatro milhões de empregos e mais de oito milhões de dólares em exportação. “São 4,3 milhões de toneladas exportadas para 158 países”, contou Ariel Mendes.

Para ele, a produção aviária tem possibilitado crescimento ao estado. “Rondônia tem boa chance de crescer, porque é um estado novo, em termo de avicultura, então o desafio sanitário é pequeno. É um estado que ainda não tem uma produção muito importante de grãos, mas que vem aumentando ano a ano. É uma região avícola nova”, definiu.

Quanto à produção de ovos de galinha, o Brasil é o sétimo maior produtor. Os três maiores são a China, Estados Unidos e Índia. No país, há 96 milhões de aves poedeiras, produzindo 39,51 milhões de ovos por ano.

No Brasil, os maiores produtores de ovos são São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

INFLUENZA

A influenza aviária e a doença de Newcastle são doenças de aves com notificação obrigatória ao serviço oficial de defesa agropecuária. Elas causam alta mortalidade das aves, além de problemas respiratórios, neurológicos e digestivos.

Durante o foco da influenza aviária, que aconteceu no México, em 2013, morreram cerca de 50 milhões de aves, causando um prejuízo de US$ 742 milhões, entre janeiro e julho daquele ano. “O prejuízo com a influenza aviária é sempre na cifra de milhões”, observou o fiscal federal, Bruno mendes.

Os últimos casos de doença de Newcastle no Brasil aconteceram em 2006, nos Estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Em relação à influenza aviária, nunca houve registro da enfermidade, porém é imprescindível a aplicação de um bom programa de biossegurança nos vários níveis da produção avícola, protegendo esse setor.

A influenza aviária é uma doença de alta patogenicidade, que tem como reservatório natural as aves aquáticas silvestres. O Brasil possui vários sítios de aves migratórias, recebendo aves da América do Norte e Central, regiões onde aconteceram focos recentes dessa enfermidade.