Transposição: a culpa é do governo federal e da bancada de Rondônia

Valdemir Caldas

Publicada em 31 de July de 2014 às 08:36:00

Presta um tremendo desserviço ao Estado de Rondônia quem atribui à atual administração estadual a responsabilidade pelo malogro em que se transformou o processo de transposição de servidores estaduais para o quadro da União.

A administração Confúcio, como tantas outras, tem lá seus pecados, todo mundo sabe, não precisa ninguém dizer, mas não é justo lançar sobre os ombros do dirigente estadual uma culpa da qual ele não tem, isentando o governo federal de quaisquer ônus.

Além de leviana, essa afirmação é uma afronta à inteligência de servidores e sindicalistas que, desde há muito, vêm acompanhando e participando das negociações.

Pior, ainda, é saber que a inverdade partiu exatamente de alguém que ficou dezesseis anos no poder e não fez nada para resolver o problema. Agora, às vésperas das eleições, vem querer tirar uma de bom moço, de politico devotado, preocupado com as causas dos servidores.

Esse negócio de que o governo deveria ter criado uma “Central Administrativa da Transposição”, para dar mais celeridade ao andamento dos processos, é conversa mole para boi dormir.

A transposição só ainda não saiu porque não interessa aosburocratas do governo e, principalmente, a presidente Dilma Rousseff, que, numa de suas visitas ao estado, prometeu pôr um ponto final no assunto. Em vez disso, deixou uma interrogação.

A bancada de Rondônia, no Congresso, também tem sua parcela de culpa, pois tem medo de enfrentar o governo e, destarte, perder os cargos federais nos quais estão encastelados aparentes,aderentes e cabos eleitorais de políticos da chamada base aliada. Caso contrário, a situação já teria sido resolvida.

Muitas das críticas dirigidas ao governo Confúcio e a seus auxiliares, especialmente no que se refere à questão da transposição, têm inspiração em motivos meramente eleitoreiros.

A sucessão estadual está nas ruas. Natural, portanto, que os aspirantes (e seus seguidores) ao cargo ocupado por Confúcio entregam-se à busca de marcar posições, mas é preciso que as coisas sejam feitas com seriedade, responsabilidade, transparência e, sobretudo, respeito à população, porque o eleitor não é néscio.