Usuário de ônibus é obrigado a pagar, mais uma vez, pela incompetência do poder público

Valdemir Caldas

Publicada em 08 de June de 2016 às 06:52:00

Quando digo que se não pode acreditar numa vírgula daquilo que diz o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif (PSB), sempre aparece um bajulador de plantão que se amofina e sai com insinuações que beiram o ridículo mais vulgar.

Prova disso é o que vem acontecendo com o sistema de transporte coletivo na capital. Durante a campanha eleitoral, que o conduziu ao palácio Tancredo Neves, Nazif prometeu, dentre outras coisas, escorraçar as empresas que, há décadas, mandavam e desmandavam no setor, deitando e rolando em cima do usuário.

Em contrapartida, um novo consórcio seria contratado. E o usuário, enfim, teria acesso a um serviço de qualidade, com novas linhas, horário de tráfego regular, veículos confortáveis e uma tarifa justa, que não pesasse tanto no seu bolso, mas somente uma parte da promessa foi cumprida: o reajuste da tarifa.

A partir de quarta-feira (8), o portovelhense pagará mais caro pela passagem de ônibus, enquanto piora a qualidade do atendimento. Neste momento, o que menos importa para o prefeito e os seus áulicos, é o sacrifício que o trabalhador vem enfrentando para se manter vivo. Mais uma vez, a população é chamada a pagar uma conta que ela não fez.

A julgar pelas justificativas esfarrapadas dos técnicos do prefeito Nazif, haverá de se pensar que nenhum deles tem um parente na família que depende de transporte coletivo. Mas o problema em si não é o aumento da tarifa, mas a contrapartida que nunca chega.

A decisão do prefeito não causou nenhuma surpresa. Justiça e sensibilidade não parecem compor o mosaico de suas preocupações. Caso contrário, não deixaria a população entregue à sua própria desdita, andando em carros, em sua maioria, velhos, sujos e malconservados, arriscando a própria vida. Mas outubro está chegando. Nazif e seus bajuladores não perdem por esperar.