Votar nulo ou votar em canalhas, eis a questão! - Valdemir Caldas

. A isso se chama livre arbítrio. Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém, escreveu o Apóstolo Paulo aos Coríntios.

Publicada em 20 de August de 2014 às 17:19:00

Deus deu ao ser humano a capacidade de escolha, sabendo, de antemão, que devemos assumir todos os resultados da
manifestação de nossa vontade. A isso se chama livre arbítrio. Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém, escreveu o
Apóstolo Paulo aos Coríntios.

Essas considerações me vêm à mente, no momento em que o eleitorado rondoniense se prepara para ir às urnas escolher
seus representantes, quando, então, teremos a oportunidade de manifestar a nossa vontade, concretizando, assim, uma das
qualidades de que fomos dotados.

Votar nulo ou escolher as mesmas figurinhas carimbadas, que sempre deram um jeito de corpo para permanecerem na crista da onda política, mamando nas flácidas tetas do erário, construindo fortunas e alimentando o parasitismo que os cercam? Esse é o pêndulo no qual se sustenta a vontade de parcela significativa do eleitorado.

A verdadeira ação política é aquela em que o bem comum se sobrepõe às questões e aos interesses menores. A própria
expressão “política” aponta para uma significação de alto nível, pois era assim que os antigos entendiam, quando a utilizavam para designar a ação de defesa dos interesses gerais da “polis”, ou seja, da cidade, ou da comunidade, como se queira. Infelizmente, o que se vê, hoje, é o avesso de tudo isso.

Que estimulo tem, portanto, o cidadão, para deixar o conforto de seu lar e a agradável companhia de sua família, em nome de uma democracia de balcão, e dirigir-se a uma secção eleitoral para votar? Mas, se não o fizer, será multado e, de quebra, ainda incorrerá numa série de restrições imposta por uma legislação anacrônica.

Curiosamente, há ainda quem pretenda interferir no direito de escolha do povo, como se ele fosse um rebanho dócil, capaz de se amoldar aos caprichos e devaneios de quem quer que seja. Votar nulo ou em branco é um direito do cidadão. E isso ninguém pode tirar-lhe.