​Acervo da EFMM é removido para o complexo da ferrovia

Em maio, a prefeitura abrirá uma exposição permanente com o acervo da estrada de ferro.

Publicada em 15 de março de 2017 às 14:15:00

A Prefeitura de Porto Velho iniciou na terça-feira (13) a remoção do acervo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré que estava abrigado no Prédio do Relógio desde a enchente do rio Madeira de 2014. O traslado do material histórico foi feito pelo 5o BEC e abrigado no Galpão 1 da estrada de ferro que foi preparado para receber o patrimônio.

A operação foi acompanhado pelo prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves; pelo presidente da Funcultural, Antônio Ocampo; pela procuradora da República, Gisele Cunha (MPF); pelo representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Rondônia (Iphan), José Geovane, ex-ferroviários e populares.

O acervo estava abrigado parte dentro do prédio onde funcionava a antiga sede da administração da ferrovia e parte acondicionado dentro de um contêiner no lado externo do edifício. Antes de iniciarem o trabalho de remoção, os soldados do Exército envolvidos na operação foram orientados sobre o cuidado que deveriam ter no transporte do material.

O prefeito Hildon Chaves destacou que esta é uma das várias ações que serão desenvolvidas pela prefeitura no sentido de resgatar a cultura e o patrimônio histórico da cidade e o marco inicial dessa nova mentalidade é o resgate e revitalização do complexo da EFMM, principal patrimônio histórico da cidade.

“A população já percebeu que esta administração não tem medido esforços para trabalhar o resgate histórico-cultural de Porto Velho. Vamos trabalhar um projeto para dar vida à Madeira Mamoré, mas antes, precisamos discutir com a sociedade, com os órgãos públicos ligados a preservação do patrimônio histórico qual o caminho a seguir. É preciso haver um consenso sobre o que se vai fazer, adiantou o prefeito.

 

EXPOSIÇÃO

Em maio, a prefeitura realizará no complexo da estrada de ferro um seminário para discutir o uso e a ocupação do patrimônio histórico, que será coordenado pela Funcultural. Na ocasião será aberta ao público uma exposição permanente com o acervo da ferrovia. Para isso, o acervo será limpo e higienizado para poder ser colocado em exposição.

“Já está acertado que será firmado um convênio com a Associação dos Ferroviários que ficará responsável por esse trabalho. As peças serão colocadas na exposição de forma gradativa, assim que forem limpas. Esse serviço é necessário porque algumas peças ainda estão cheias de sedimentos, outras foram danificadas”, explicou Antônio Ocampo.

No seminário, explicou ele, a intenção é discutir o projeto de revitalização do complexo da Estrada de Ferro que está sendo elaborado por técnicos do município. Ao falar sobre o projeto, o prefeito Hildon Chaves adiantou que a ideia e dar vida ao espaço tornando o complexo autosustentável, sendo usado não apenas para visitação, mas também para entretenimento.

“Queremos fazer com a Madeira Mamoré, o mesmo que os paraenses fizeram com a Estação das Docas, em Belém. O espaço foi resgatado e incorporado à vida da cidade, passando a ser mais uma alternativa de entretenimento e cultura, com a realização de shows de artistas locais, restaurantes para os visitantes e isso tudo sem comprometer o patrimônio. É o que queremos também para a nossa Madeira Mamoré”, disse o prefeito.

 

Prédio do Relógio

Sobre a transferência do Prédio do Relógio, que hoje pertence à União, para o município, o prefeito Hildo Chaves afirmou que as tratativas com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e com o Iphan estão bem adiantadas e ele acredita que ainda este ano é possível o prédio histórico ser repassado para a Prefeitura de Porto Velho.

“Conseguimos avançar muito nesse sentido e será mais um resgate que faremos de um patrimônio histórico da cidade. É um símbolo de Porto Velho e levar para lá o gabinete da prefeitura tem um simbolismo muito grande. E queremos trazer a prefeitura para o Prédio do Relógio para cuidar desse patrimônio, para resgatá-lo e devolvê-lo a cidade”, frisou.

Junto com a procuradora da República, Gisele Cunha, o prefeito Hildon Chaves, acompanhado de ex-ferroviários, percorreu as dependências do Prédio do Relógio para constatar a situação em que o edifício se encontra. Os dois subiram até onde está instalado o relógio que está sem funcionar, para conhecer as engrenagens que mantinham o relógio funcionando. É intenção do prefeito recuperar o mecanismo para fazer o relógio funcionar.

 

Texto e fotos Comdecom