A baixa densidade dos candidatos à sucessão de 2018

Gessi Taborda

Publicada em 21 de fevereiro de 2017 às 09:04:00

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FILOSOFANDO

“Eu só quero viver em paz e usufruir o que Deus nos deixou no mundo. Quero sentir o que Deus nos fala em nossos ouvidos em um simples soprar do vento.” BOB MARLEY (1945/1981), foi um cantor, compositor e guitarrista da Jamaica e também o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, criador do movimento rastafári.

MUITO LONGE

Isso todo mundo sabe: o nível acadêmico e intelectual da maioria dos (vá lá!) pretendentes ao governo rondoniense é – para se dizer o mínimo – sofrível. Então até dá para entender os motivos de alguns deles vibrar com essas pesquisas prematuras feitas por institutos (??) sempre prontos a faturar alguns caraminguás. Como pessoas interessadas em entrar numa refrega desse tamanho ainda se encantam com pesquisas (?) que não dizem nada? A eleição está muito longe, será daqui a dois anos e nada (nem pesquisa de qualidade científica irretorquível) pode indicar quem vai ganhar a corrida. Mesmo assim alguns “pesquisadores” já estão faturando com seus trabalhos de  (quaquaquaquaqua) “estatísticos”.

PARA PRESIDENTE

Essa afirmação vale não só para a disputa do governo, mas até para presidente da República, também motivo de pesquisas favoráveis a Lula. Ora, daqui até o “start” da corrida presidencial não há qualquer garantia de que Lula continue sem condenação e sem prisão diante das muitas investigações da Lava Jato sobre sua participação em esquemas de corrupção.

ATÉ SUSPEITOS

Voltando à questão sucessória em Rondônia, o que é muito fácil de constatar é baixa densidade de candidatos viáveis a ganhar uma eleição para substituir o grupo (??) político de Confúcio Moura. Há inclusive nomes tisnados por suspeitas de práticas corruptas. Esses aspirantes a candidatos se animam diante da certeza de que corrupção ainda não é impeditivo para se faturar uma vitória eleitoral no estado, especialmente diante dos resultados do último pleito em vários municípios rondonienses.

ALIANÇAS TEMIDAS

A “oposição” (só mesmo entre aspas) ao governo atual (ainda do PMDB) praticamente não produziu candidatos viáveis para 2018. Fala-se muito em Acir Gurgcaz, do PDT (ainda), e chega-se a fazer especulações sobre prováveis alianças em torno do “dono” do grupo Cascavel. Isso verdadeiramente não passa de especulações. O próprio Acir deve temer esses supostos “aliados”, a ponto de não virar as costas para os mesmos se não tiver uma proteção para eventuais golpes na retaguarda.

ACABOU

É quase certo que o PT rondoniense estará completamente fora da disputa pela sucessão estadual em 2018. No estado o partido sofre um verdadeiro derretimento. Essa situação tende aumentar ainda mais com as 20 novas ações propostas pelo Ministério Público Federal, todas de iniciativa do procurador da República, Reginaldo Trindade, pedindo a responsabilização do petista por improbidade administrativa.

Roberto foi mal, muito mal, na disputa da eleição municipal de 2016. Mesmo assim o PT não conseguiu outro nome para substitui-lo. No estado é uma sigla sem força nenhuma e o ex-prefeito de Porto Velho não é mais temido, eleitoralmente, por ninguém.

PREMIADA

Por se falar nas novas ações contra Roberto Sobrinho, nas quais estão também sendo denunciados os antigos integrantes do seu staff, já se ouve nos meandros da política local que Israel Xavier e Silvana Cavol buscam orientação sobre como fazer uma delação premiada, revelando detalhes sobre situações obscuras do período da gestão petista. De acordo com uma fonte ouvida pela Coluna outros personagens podem entrar na fila da delação.

SURPREENDENDO

Surpresa mesmo, no cenário que se desenha para disputa de 2018, é não ver o nome de Expedito Júnior escalado como candidato tucano. É claro que o presidente do diretório regional do PSDB terá de enfrentar alguns pontos de estrangulamento. O primeiro é unir a sigla em torno de seu nome, diante da pretensão de Mariana Carvalho, estimulada por seu clã, de entrar na disputa.

A crescente aceitação do nome de Expedito no colégio eleitoral de Porto Velho é quase uma surpresa. Afinal, a capital sempre foi o seu calcanhar de Aquiles.

TEMÍVEL

É difícil acreditar numa nova desistência de Mariana a uma candidatura para o Executivo. Mas como ela desistiu de encarar a disputa pela prefeitura, quando era franca favorita, tudo é possível.

Expedito Júnior ainda não conta se está disposto a enfrentar a sucessão estadual. Mas vem se saindo bem em ampliar sua aceitação perante o eleitorado da capital, com a realização de sucessivas reuniões com lideranças da cidade. Se romper a antiga resistência deve se converter num candidato temível para outros determinados a disputar a mesma corrida.

INVESTIMENTO

O empresário Gilberto Bórgio, de Ji-Paraná, ampliou mais uma vez seus investimentos em Rondônia. Ele inaugurou ontem mais uma loja Boasafra, na cidade de Ouro Preto do Oeste. Nessa nova unidade, segundo se informou, o investimento superou os 10 milhões de reais. “São quase 2 mil m² de área construída colocando hoje a unidade de Ouro Preto entre as mais bem estruturadas das 12 lojas que a empresa tem em Rondônia e Acre”, informou Roberto Gutierrez, assessor de comunicação do empresário.

TRANSPARÊNCIA

Num prazo de três a cinco meses a prefeitura de Porto Velho poderá contar com um sofisticado e eficiente sistema de cruzamento de informações que, além de tornar as ações mais transparentes, prevendo, detectando e corrigindo eventuais tentativas de fraude e corrupção, principalmente no sistema de compras, mas que também pode ser utilizado no controle das diversas atividades da gestão pública, como consumo de combustíveis, de diárias, de material de expediente e manutenção, enfim, uma infinidade de uso, inclusive para comprovar a veracidade de documentos como atestados médicos, etc.

SEM ENTENDER

Há muito tempo a coluna constata essa realidade: os políticos tradicionais rondonienses resistem a compreender os recados dado pelos eleitores nas urnas. É por isso que mais uma vez a gente vê uma nova enxurrada de propaganda paga com o dinheiro público fazendo a festa da chamada mídia amestrada, especialmente a televisada.

Ninguém em sã consciência é contra a publicidade oficial justificada, como essa de caráter didático sobre doenças como Zica ou Microcefalia. Também não há nenhum óbice em se gastar com campanhas para melhorar a arrecadação de IPTU. Agora, quando a publicidade não passa de pura embromação, como se instituição pública tivesse de enfrentar concorrência igual ao que acontece no varejo ai são outros quinhentos.

CANSADOS

Ora, dirigentes de instituições públicas que torram dinheiro público com essas maracutaias midiáticas não devem acreditar, ainda, que a paciência do eleitor com essa irresponsável maneira de gastar o dinheiro público está esgotada. Os resultados das urnas no ano passado, quando venceram exatamente candidatos sem ligações com a política tradicional, demonstraram isso.

Como sempre, quem continua nessa linha do desperdício de dinheiro com as campanhas midiáticas mal feitas e desnecessárias só vai descobrir o tamanho da trauletada eleitoral quando, em 2018, colher resultados pífios. A onda de renovação apenas começou nas eleições de 2016. Ela vai continuar certamente nas eleições do próximo ano.