Em Linhas Gerais: Indicação de Pimentel pelo PMDB para disputar prefeitura está na berlinda

Gessi Taborda

Publicada em 07 de março de 2016 às 14:45:00

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FILOSOFANDO

“O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”. Platão (428/347 A.C.), filósofo grego.

COMO O DIABO GOSTA

Nada melhor do que começar a semana refletindo a realidade em que vive o país e as consequências para todos nós, brasileiros.

Os fatos culminando com a operação da Polícia Federal na condução coercitiva do ex-presidente Lula da Silva para depor, na última sexta-feira, é certamente um duro golpe na imagem do Brasil no exterior e revela que o país está cada vez mais como o diabo gosta.

CASCATA DE ESCÂNDALOS

A semana que passou foi marcada por uma sucessão de fatos muito graves, verdadeira cascata de escândalos sem precedentes na história republicana do país, com consequências devastadoras não só para os políticos, mas também, para economia claudicante em que se debate esse gigante da América do Sul.

SEM ESCLARECER

A reação de Lula, após deixar a PF, foi a esperada. Ele partiu para apelo emocional, no que ele é um mestre. Fez um pronunciamento de vítima, sem explicar as acusações que lhe fazem. E aproveitou bem a enorme rede de mídia (inclusive a Globo) para unir a militância petista que estava cada vez mais distante do partido. Se a comunicação de Lula vai ter algum efeito, vamos ter que esperar. Mas as acusações que lhe são feitas são graves, sua situação complicadíssima, a crise política se acirra ainda mais.

IMAGEM INTACTA

A acusação dos promotores da Lava Jato de que o ex-presidente recebeu dinheiro e favores das empresas investigadas por subornar funcionários em troca de contratos lucrativos com a outrora empresa orgulho do Brasil, a Petrobrás, não questionaram (ainda) o fato de que Lula é o político que conseguiu o maior sucesso na luta contra a pobreza brasileira, integrando 30 milhões de pobres à classe média, bem como responsável pelo crescimento econômico sem precedente na história do país.

E assim, posando-se de vítima o maior líder político populista brasileiro que andava, na realidade, em queda perante a opinião pública, terminou o dia de sexta-feira com um discurso revigorado de candidato do PT em 2018, comparando-se à cobra jararaca que ainda está viva, pois o ataque sofrido só o atingiu na cauda e não na cabeça.

CRISE APROFUNDADA

É lícito acreditar no aprofundamento da crise com o ápice a que chegou na sexta-feira. A presidente Dilma, deixando de agir como representante do estado tratou de fazer pronunciamento de defesa de seu tutor como simples partidária, criticando o aparato Judiciário, pela ação que considerou exagerada da PF no cumprimento de decisões com o respaldo da Justiça.

Ela enfrenta nas próximas semanas o processo de impeachment no Congresso, agora afetado pelas acusações contra o patrocinador de sua escolha para presidir o país.

COLAPSO DOS POLÍTICOS

E no cenário desse Congresso paralisado em meio à tempestade de acusações cruzadas de corrupção, especialmente depois da delação premiada de Delcídio, o ex-líder do governo, tudo pode acontecer.

O país enfrenta sua pior crise econômica e não vê maiores alternativas para sair do atoleiro, nesse cenário em que a paralisia institucional é visível e o colapso da classe política não permite que se encontre com a rapidez necessária a solução exigida pelo povo.

DIA 13

Boa parte do povo brasileiro já está acreditando que é preciso tirar Dilma do comando do país, para “as coisas começarem” a melhorar. A aprovação popular de Dilma é a mais baixa já verificada entre todos os presidentes que a antecederam, incluindo ai Collor, que acabou sendo apeado da presidência da República.

Dilma está estigmatizada. Sua queda imediata depende de como o povo brasileiro vai se comportar no próximo dia 13, data marcada para o protesto popular convocado por partidos da oposição para pedir sua saída da presidência.

REPÚBLICA BANANEIRA

Enquanto todo esse rito expiatório não explode nas ruas, o Brasil continua sendo aquilo de sempre: “O país do futuro”, mesmo tendo chegado tão perto de concretizar seu sonho de ombrear-se às grandes nações do mundo. Ainda está difícil escapar do presente incerto e obscuro, chegando a ser humilhante para todos nós, brasileiros.

NOMEAÇÃO FRUSTRADA

A Justiça Federal no DF mandou sustar a nomeação de Wellington César Lima e Silva para o Ministério da Justiça.

A decisão atende a ação popular de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) que alegou que a Constituição não permite que um membro do Ministério Público assuma um cargo no Executivo. A decisão liminar é da juíza Solange Salgado, da primeira Vara Federal.

REAÇÃO NO PMDB

Quem apostar que a candidatura de Williames Pimentel à sucessão da prefeitura de Porto Velho pelo PMDB são favas contadas pode ser surpreendido e perder a aposta. Importantes membros do partido onde Valdir Raupp é o cacique estão mandando um recado à direção partidária: “Não aceitaremos candidato de bolso do colete ou fantasma da esperança na sucessão de Porto Velho”.

Para esses peemedebistas que contataram a coluna “não será reinventando a roda” que o PMDB se tornará competitivo no pleito municipal. Haverá desdobramentos dentro do processo de escolha do candidato pela simples vontade de caciques partidários.