Em Linhas Gerais: Melhor receita de governo é não roubar e não deixar roubar

Gessi Taborda 

Publicada em 21 de November de 2016 às 08:16:00

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FILOSOFANDO

O jornalista é forte e poderoso não pelo bem que ele faz, mas pelo mal que pode fazer.” HIBRAHIM SUED (1924/1995), jornalista, apresentador de tv, colunista social e crítico brasileiro.

 

PULO DO GATO

Todos os novos prefeitos, experientes ou debutantes, terão de enfrentar um cenário ruim, de dificuldades. Para passar o período de sufoco e não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, como me disse ontem um perito em contabilidade pública ligado ao TCE, onde o filho do colunista, dr. Aldrin Willy é auditor fiscal, “os novos prefeitos deverão ficar atentos a cada quadrimestre”, especialmente às variações da folha e ao custo dos contratos firmados.

 

RECEITA

Dentre os novos prefeitos, quem defendeu a melhor receita – como compromisso de campanha – para alavancar novos projetos e soluções para problemas antigos foi exatamente Hildon Chaves, o prefeito que assumirá em 1º de janeiro o comando da capital rondoniense.

Não há, disse, melhor saída em tempos de crise como agora do que buscar as parcerias público-privadas (PPPs) para atrair investimentos e até gerar empregos. E ao contrário do que pode pensar alguns dos novos prefeitos, as PPPs não servem apenas para grandes obras. E, como se sabe, a CEF tem dinheiro para a PPP.

 

SUCESSO

Quem vai assumir o comando de alguma prefeitura rondoniense no próximo ano deve se conscientizar de que há uma chave infalível para o sucesso da gestão e crescimento político do chefe do Executivo. E é até meio simples: É não roubar e nem deixar roubar. 

É não deixar nenhum secretário fazer despesa sem o conhecimento do prefeito.

Há um senso comum entre os personagens do andar de cima de que dinheiro público não é de ninguém. Por isso estamos assistindo todos os dias denúncias de suspeitas de roubo e até a prisão de ordenadores de despesas em praticamente todos os municípios. Dinheiro público – não se deve esquecer – é dinheiro de todos nós. O roubo desse dinheiro gera todas as desgraças e problemas nas escolas, na segurança, no transporte e na saúde.

 

OUTRO BAQUE

A incompetência do prefeito (argh!) que sai vai deixar mais um baque na economia de Porto Velho. Mauro na verdade passou toda a sua gestão enganando a população de Porto Velho e até a si próprio, quando dizia sem ao menos corar, coisas maravilhosas sobre o “o fomento e o crescimento do turismo” na capital rondoniense. 

O lamentável prefeito não fez nada para transformar Porto Velho em destino do turismo nacional e até mesmo regional.

Informações do setor hoteleiro sinalizaram o fim das atividades do Vila Rica. Como se vê, o mal causado por Nazif a Porto Velho ainda vai perdurar por muito tempo.

 

ESPÍRITO NATALINO

Se a cidade de Porto Velho fizesse parte das capitais onde ainda há prefeitos de verdade, certamente também estaríamos começando a sentir o espírito natalino na iluminação decorativa para a importante efeméride da cristandade. Boa parte das capitais com gestão séria no Brasil, onde o turismo não é apenas uma falácia, a população e os turistas já se encantam com a iluminação natalina. Aqui, até agora, nada. Um ar de abandono bem próprio para o ocaso de um (ainda) prefeito que nunca deveria ter sido.

 

RISCO DE EXPLOSÃO

Praticamente todas as cidades rondonienses sofrem com o déficit habitacional. Esse déficit e mais acentuado em Porto Velho, onde o Programa Minha Casa Minha Vida foi usado mais para incensar a política populista dos últimos governantes, especialmente no período em que a cidade sofreu nas mãos do petismo. 

Agora a realidade é um pouco pior pelo aumento no número de pessoas que não estão conseguindo pagar as prestações dos imóveis.

Essa é uma situação catástrofe em todo o Brasil, prenunciando-se o risco de se repetir o fracasso do antigo BNH, inventado no período em que o país estava nas mãos dos generais.

 

DESEMPREGO

Diante das dificuldades para atender a demanda por novas residências e até equacionar o índice crescente da inadimplência de famílias contempladas recentemente com unidade do Minha Casa Minha Vida, cidades como Porto Velho corre o risco de ver proliferadas as favelas e até do retorno da ocupação desvairada de áreas urbanas.

Quem raciocina economicamente essas questões acabam concordando que a solução está na geração de emprego e renda para as famílias.

 

FOCO DA GESTÃO HILDON

Aliás, são 25% dos beneficiários dos programas habitacionais de renda mais baixa que não estão pagando as prestações. Isso ocorre mais pela perda de empregos na família, o que está levando esses beneficiários a acumularem prestações atrasadas e, por isso, correndo o risco de perder a “propriedade” após o atraso de três prestações. 

Ainda bem que o novo prefeito tem uma visão clara desse drama. Em seus discursos de campanha colocou como prioridade recuperar a economia da cidade, única saída para gerar o número de empregos que a população necessita.

 

VAPORES ETÍLICOS

Ainda ontem recebi mais informe sobre a polêmica que se estabeleceu em torno da formação do secretariado do novo prefeito. E do informe constou inclusive uma interpretação de que os nomes arrancados do baú das reminiscências bucólicas de Porto Velho nasceram de uma tertúlia etílica e nada mais. E acrescentou: na hora H, o novo prefeito vai anunciar nomes verdadeiramente consentâneos com o ponto de vista defendido na campanha, de melhorar a economia portovelhense.

 

OUSADIA

A tônica do novo secretariado será mesmo a de priorizar estratégias para atrair mais investimentos para a cidade. Certamente os nomes vazados (e nunca publicamente afirmados por Hildon) como integrantes do andar superior da gestão municipal não permitiriam, por mais boa vontade existente, que o novo prefeito agisse com mais ousadia na busca de novos recursos (e até de investimentos privados) para fomentar o crescimento sustentado de Porto Velho do que seus antecessores no cargo. 

O anúncio do novo secretariado será feito pelo próprio Hildon Chaves, quando se verá que muitos dos nomes especulados nunca estiveram na escalação do prefeito.

 

VAI REPERCUTIR

Com a crise carioca consumindo no incêndio das práticas de corrupção o PMDB carioca (Sérgio Cabral e Eduardo Cunha passando uma longa estadia em Curitiba) não dá para esconder a repercussão desses fatos no desmantelamento do cenário político-eleitoral para o partido em 2018. 

Certamente o tabuleiro da disputa em Rondônia também vai sofrer essas consequências, especialmente pelo fato do principal cacique peemedebista daqui, o senador Valdir Raupp, estar na mira da Lava Jato e ter sofrido nos últimos dias o pedido de bloqueio patrimonial da parte do judiciário. Já se fala nos lugares mais altos do comando do PMDB em buscar novos nomes para a disputa. E não será, claro, o derrotadíssimo Pimentel.

 

AGENDA NO DF

O prefeito eleito Hildon Chaves promove esta semana, em Brasília, um jantar para bancada federal de Rondônia no Congresso, com o objetivo de estreitar ainda mais a colaboração de deputados e senadores rondonienses em favor de projetos visando a melhoria econômica e da qualidade de vida dos moradores da capital rondoniense.

Após cumprir uma intensa agenda no DF, Hildon volta para Porto Velho onde vai adiantar a solução dos impasses em torno da formação de seu futuro gabinete e, como disse, melhorar a sintonia fina no segmento da comunicação de seu governo, que começa no dia 1º de janeiro.

 

DE FORMA CLARA

Hildon deixou claro para a coluna que “não delegou a ninguém” a incumbência de anunciar os nomes de seu secretariado, mas disse entender que “haja” muitas especulações agora em torno do assunto.

O prefeito está, como demonstrou, procurando definir “um nome incontestavelmente gabaritado” para fazer a comunicação de seu governo. “Levo em consideração que na nossa gestão terá de ser dada transparência total aos atos da prefeitura”, destacou Hildon, que acrescentou: “Vamos encontrar, com um profissional gabaritado, o caminho para que a comunicação a ser estabelecida com a população se faça de forma clara”.