Em Linhas Gerais: Nova operação vai deixar muita gente metida a esperta com insônia a partir desse final de semana

Gessi Taborda

Publicada em 30 de May de 2015 às 15:37:00

[email protected]

FILOSOFANDO

A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto a do político sói, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral. (Ortega y Gasset, em “A Rebelião das Massas”)

COMBATE AO SUBMUNDO


A informação é “quente” e certamente deverá deixar muita gente metida a esperta com insônia a partir desse final de semana. Uma nova operação está prestes a ser desencadeada nesse pedaço de Brasil para mais um golpe alentador contra o submundo em que a ganância de agentes públicos em conluio com “empresários” que confiam na impunidade movimentam-se pelos descaminhos da corrupção, lesando os recursos públicos.
Às vezes fico imaginando alguns políticos têm verdadeira devoção pela nebulosidade. Esse pessoal não acredita que órgãos de controle externo e investigação estão traçando o mais completo mapa da corrupção praticada em Rondônia, sobretudo no âmbito da sonegação fiscal.

PROPAGANDA

Segundo a mesma fonte, um dos focos da investigação que já estaria em curso é sobre o verdadeiro escândalo da publicidade paga pelo governo e outras instituições públicas, um ambiente de negócio nada republicano supostamente usado para fazer caixa dois e até mesmo lavagem de grana. É realmente estapafúrdia a ideia de instituições públicas gastarem uma grana violenta com anúncios mais próprios à agências de turismo do que casas representativas da cidadania.

FORA DO BARALHO

Estamos entrando no meio do ano. Isso significa por cada vez mais na pauta da mídia a nova disputa eleitoral, marcada para o próximo ano, quando serão escolhidos os novos prefeitos e renovadas as composições das Câmaras Municipais.
E mesmo faltando ainda um tempo razoável para o açodamento das disputas, algumas “certezas” vão se definindo, embora, como ensinou o mineiro Magalhães Pinto, falar de “certezas” em política é uma temeridade pois nessa seara as coisas mudam como a formação das nuvens.
Em termos de Rondônia há todas as conformações do tabuleiro mostrando que partidos grandes, até recentemente muito competitivos entram nesse final de primeiro semestre como cartas fora do baralho para a disputa do próximo ano.

EXEMPLO DO PT

Vai ser difícil convencer o eleitorado rondoniense a eleger algum prefeito do PT no próximo, principalmente nas cidades mais importantes, como é caso da própria capital. Dessa vez nem o marketing petista, sempre bem elaborado, vai servir. E isso, claro, leva à constatação de que o projeto político pelo qual o partido se batia, de chegar ao governo do estado, foi para as cucuias.

Não tem mais como levar o eleitorado rondoniense a acreditar que o partido da estrela não tem nada a ver com os escândalos regionais, protagonizados primeiro na gestão anterior da capital e, agora, na prefeitura da importante cidade de Cacoal.

A sensação, em termos de Rondônia, é que Roberto Sobrinho foi o primeiro coveiro do partido e o padre Franco, o prefeito de Cacoal, é quem deu a extrema unção ao petismo morto-vivo no estado, a partir do escândalo revelado pela “Operação Detalhes”, aquela que levou para a cadeia uma ruma de vereadores e a chefe de gabinete do cura.

DONOS DA CALÇADA

É uma cena muito comum na capital rondoniense, onde marreteiros se apropriam das calçadas para fazer o seu acomércio marginal, impossibilitando os pedestres de utilizar esse espaço público.

A coluna denunciou por várias vezes essa situação, registrando que as calçadas em movimentadas, como a Jorge Teixeira (só para exemplificar) são tomadas até por vendedores (sofás, cadeiras e o escambáu) acostumados a ocupar essas áreas como uma espécie de shopping particular a céu aberto.

Esse é o caso da verdadeira frutaria na confluência da Sete de Setembro com Jorge Teixeira, no sentido de quem vai para BR-364.

Os “comerciantes” daquelas barracas já deveriam ter saído de lá, por força de uma decisão do Judiciário e não por ação da prefeitura.

RESISTÊNCIA

Mesmo com essa decisão judicial os ocupantes daquele espaço público resistem. Apenas uma barraca foi retirada do local. As demais permanecem lá, como se fossem donos do pedaço. Até a principal TV rondoniense foi lá entrevistar aqueles comerciantes. Foi quando alguns disseram que estão bloqueando aquela calçada da Jorge Teixeira por mais de uma década e por isso, disse um deles na entrevista, para deixar o local, precisam que a prefeitura encontre outra área onde eles possam continuar o negócio no mesmo sistema. É o cúmulo. Então o pessoal invade o espaço público e imagina que isso lhe dará direitos de ser indenizado pela municipalidade...

Será que também o Judiciário vai relevar sua própria sentença, deixando os marreteiros por mais uma temporada bloqueando a calçada, fazendo um comércio que não vende com preços melhores do que os dos supermercados, embora não pague impostos e muito menos aluguel?

FUTURO COMPROMETIDO

Moradores de Fortaleza do Abunã (o balneário mais procurado no município de Rondônia), não sabem como a comunidade vai sobreviver com a mudança causada no sistema de cheia e vazante do rio Madeira; modificado após a implantação das hidrelétricas. As praias formadas no mês de maio, não apareceram. E sem elas a vila não recebe os turistas do Acre de Rondônia, que movimenta a economia local.

DESABAFO

João Fernandes é pescador. Mora em Fortaleza do Abunã há 45 anos. Para ele a Vila está condenada “pela ignorância dos poderosos”. E acrescenta: “Não sei qual será o futuro daqui. Não temos mais vazantes, já estamos no final de maio, nesta época, nos outros anos, as praias já apareciam. Estranho, estranho demais. Depois vem me dizer que as represas não têm nada a ver, pensam que o povo é bobo! Dependemos da pesca esportiva, do turismo, o que será daqui se estas águas não baixarem?”.

X DA QUESTÃO

Com a decisão parlamentar pondo fim à reeleição para os cargos dos Executivos, surge uma nova e grande interrogação em relação às eleições do próximo ano. Afinal, que for ganhar a disputa para prefeito no próximo ano já sabe que terá apenas um mandato.
Assim, o x da questão é na verdade saber quem serão os candidatos para a disputa da sucessão de Mauro Nazif. Aparentemente os reconhecidos como políticos profissionais podem não ter interesse em disputar um cargo que não pode ser renovado subsequentemente.