Em Linhas Gerais: Sem Mariana, PSDB não tem chance de candidatura séria nas eleições desse ano para a capital

Gessi Taborda

Publicada em 20 de April de 2016 às 16:59:00

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FILOSOFANDO

“Pela liberdade, assim como pela honra, pode-se e deve-se arriscar a vida”. Miguel de Cervantes Saavedra(1547/1616), romancista, poeta e dramaturgo castelhano, autor do clássico da literatura mundial Dom Quixote.

COISA MENOR

Até agora o MP e TCE trataram como coisa menor os gastos absurdos (em grande parte sem justificativas plausíveis) que a prefeitura de Porto Velho vem realizando com a orgia dos semáforos na esculhambada capital rondoniense.

Caminhamos celeremente para ter uma das cidades mais semaforizadas do país sem, contudo, termos um volume de trânsito compatível com tal loucura. A coluna vem denunciando essa irresponsabilidade da gestão Nazif há um bom tempo, mas, pelo visto, ainda não surgiu ninguém com interesse em verificar a extensão dos danos dessa prática para o tesouro municipal.

DIRECIONAMENTO

O próprio prefeito Mauro Nazif, antes, quando era apenas integrante do legislativo, tão falante faz questão de se fazer de desentendido, se mantendo calado diante da suspeita gravíssima de direcionamento dessa montanha de dinheiro para empresa supostamente participante do esquema de pedágio criado para alegrar a família e certamente pronto na utilização do famigerado caixa dois de campanha.

FOCO

É claro que a denúncia tem foco até pelo inusitado da prática: onde já se viu uma cidade de porte médio como Porto Velho sofrer essa inundação de semáforos, com estruturas de aço (ou ferro?) mais parecidas como uma Torre Eiffel, com a desculpa da sinalização horizontal dentro de um processo sem a menor justificativa científica ou mesmo técnica.

PINGO NOS IS

A prefeitura incapaz de cuidar de prosaicas calçadas e de zelar por espaços públicos, gasta fortunas na implantação desses monstrengos em todas as esquinas de maior visibilidade de Porto Velho. Isso num ano eleitoral em que a legislação impede doações para custear campanhas milionárias que certamente irão recorrer do caixa dois.

Só essa constatação de reforça, de forma contundente, a necessidade de instituições como o TCE e o Ministério Público investigar com todos os devidos pingos nos is, o que até agora tem um cheiro insuportável de maracutaia.

ERA O ANO DO PSDB

É uma pena verificar o total desinteresse da deputada Mariana Carvalho em participar da disputa eleitoral desse ano quando está em jogo a possibilidade de mudar o comando da prefeitura de Porto Velho, livrando a capital rondoniense de anos e anos de mediocridade e, pior, de desonestidade no trato de dinheiro público.

Na verdade, com ela, esse seria o ano do PSDB e seria, também, a grande oportunidade de projeção da jovem e bela tucana na história consolidada da política do estado. Bastava a ela pilotar uma gestão de qualidade mediana nessa cidade tão abandonada, vítima de gestões escrachadas e mequetrefes ao longo dos anos, para se tornar um ícone estadual, com passaporte carimbado inclusive para o governo rondoniense.

FORTE ALTERNATIVA

E no final, mais uma vez o PSDB rondoniense parece não ser um partido popular e por isso acaba não canalizando para nem as aspirações da classe média. Quando o próprio filho do presidente regional do partido, eleito deputado federal por uma legenda diversa, embora só tenha chegado lá na esteira do prestígio político do pai tucano, verdadeiramente o PSDB rondoniense fica cada vez mais longe de ser uma forte alternativa para tentar a mudança do poder nos principais municípios rondonienses e no próprio estado.

DESAGUADOURO DOS VOTOS

Nesse cenário, uma candidatura com chances reais de vitória na capital rondoniense tenderia a consolidar o partido como uma opção real para o eleitorado interessado em mudar o jogo do poder rondoniense. Mariana seria verdadeiramente o nome com as qualificações para capitanear a transição, seria um desaguadouro para quem não quer depositar o voto nas forças situacionistas daqui.

DO MESMO SACO

O problema dos nossos partidos é que eles não costumam ter uma ideologia diferenciada, com exceção daqueles radicais. O PT de antigamente era radical de esquerda; depois que ele se tornou situação, tornou-se morno, conservador. É o preço de ser governo. Tornou-se populista, quer agradar as massas para se perpetuar no poder. No entanto, não consegue mais voltar ao poder como se observa atualmente, tamanha a incompetência, a ponto de ter de apelar, pelo que se fala, para nomes completamente chafurdados no pantanal da sujeira da corrupção.

E ai estamos nós, num cenário de incertezas onde pela falta de bons candidatos corremos o risco de não haver mudanças, embora essa seja a aspiração da maioria.

PSDB PERDE

Os tucanos deveriam ser a grande força política de oposição no estado, especialmente numa cidade da importância de Porto Velho. Mas se não lançar Mariana (que resiste certamente por falta de uma orientação de qualidade), os tucanos continuarão longe de ser um partido capaz de chegar ao poder.

E o cidadão parece que ainda não está preparado para votar em partido, talvez por não conseguir ser cativado por sua ideologia. Então, vota no candidato. Vota no homem (ou na mulher), no carisma do político.

SEM PERSONALIDADE

Não se concebe mais em nossa cidade, por exemplo, que o PSDB não possa ter candidatura própria ao cargo de prefeito nas próximas eleições.

Se isso ocorrer (como tudo indica) estará provada a falta de personalidade não só do partido, mas de sua direção estadual e municipal, a comprovação de que a mediocridade continuará sendo a marca dos tucanos por aqui, incapaz de dar uma opção diferenciada aos eleitores ávidos por mudanças.

NA PENUMBRA

Mariana Carvalho ao rejeitar o papel de candidata pode, ao contrário do que imagina, reduzir suas possibilidades eleitorais futuras, pois poderá ser responsabilizada também por manter na penumbra os tucanos rondonienses. Nesse momento ela age como se tivesse vergonha da social democracia facilitando a continuidade no poder daqueles partidos que “soi disant” de esquerda não passaram, até agora, de um desastre na condução do futuro rondoniense.

PAPAGAIO DE PIRATA

Deprimente a postura do deputado federal Lindomar Garçom no episódio da votação do impeachment na Câmara. O oportunismo de Lindomar em se converter no principal papagaio de pirata durante quase todo o tempo que durou a votação não surpreendeu quem conhece o caricato político que, como tantos outros, só queira aparecer e pensa apenas no (duvidoso) ganho eleitoral com essas encenações.

POLÍTICO ULTRAPASSADO

Se é para ter holofote ou não, é importante que a população perceba que esse tipo de político nunca estará à altura de representar bem o povo rondoniense. O estado de Rondônia precisa ir para a frente, precisa ganhar o respeito do país e precisa livrar desses figuras vergonhosas de nossa política. É preciso dar mais atenção ao voto. Que fique a lição: somos responsáveis por quem está no Poder.

SALVAÇÃO

A Megasena paga hoje 90 milhões de reais. Quem ganhar certamente não estará preocupado com a pobre situação de Lula e muito menos com os riscos pairando sobre Michel Temer.

EMENDANDO

Mais um feriadão prolongado nesta semana. Será que vão emendar tudo a partir de amanhã? Cer-ta-men-te...

NA PLANILHA

O dono do voto nº 342 que praticamente afastará Dilma do poder, Bruno Araújo (PSDB) tem seu nome citado na planilha da Odebrecht apreendida pela Polícia Federal.