Em vez de chamar para si a responsabilidade pelo caos que se instalou no Ipam, Nazif prefere jogar a culpa nas costas do seu antecessor

Valdemir Caldas

Publicada em 19 de December de 2016 às 09:22:00

Valdemir Caldas

 

Jactar-se quando as coisas dão certas, é fácil. Difícil, porém, é ter humildade para reconhecer o fracasso e assumir o ônus, quando elas dão erradas. Na hora que a casa está em chamas, muitos governantes, aqui e alhures, preferem jogar a culpa nas costas de seus antecessores, a ter que chamar para si a responsabilidade.

Para as coisas que vão bem, a publicidade oficial, geralmente paga a peso de ouro, encarregar-se de colocar o dono do poder nas nuvens. Para as coisas que vão mal, o silêncio, as desculpas esfarrapadas, que só convencem os néscios e lambe-botas palacianos, a fuga à responsabilidade, atribuindo-se o fracasso às circunstâncias externas ou até mesmo a opositores. Afinal, é mais fácil apontar o dedo na direção do outro do que enxergar as próprias fraquezas.

O caso do Ipam é emblemático. Se o Instituto estivesse prestando um serviço assistencial de qualidade aos seus segurados e dependentes, gozando de boa saúde financeira e não fosse alvo de uma investigação policial, por suspeita de fraude, quem colheria os frutos dessa semeadura? Claro, o prefeito Mauro Nazif, cujos bajuladores estariam festejando, tocando trombetas, fazendo o maior estardalhaço pelo possível êxito alcançado, independente dos fatores que, eventualmente, tivessem contribuído para o sucesso.

Mas, como a instituição vive um de seus piores momentos, Nazif achou melhor espetar o débito na conta do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT), que, por sinal, foi um péssimo exemplo de gestor público. Fosse Nazif um prefeito preocupado com assuntos que dizem respeito à população portovelhense, especialmente aos servidores municipais, o Ipam não estaria na atual situação. Como vai de mal a pior, a culpa é dos outros.