Mauro Nazif se diz triste com situação da Emdur, fala em cancelamento de contrato com a Marquise e diz que não vai aumentar tarifa de ônibus

Os empresários queriam aumentar o valor da passagem de R$ 2,60 para R$ 3,20.

Publicada em 15/01/2013 às 15:55:00

Porto Velho, Rondônia - O prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, não pretende extinguir o convênio assinado com o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), que passou para o município a responsabilidade pela construção dos viadutos. A afirmação foi feita pelo prefeito em entrevista aos jornalistas Emerson Lopes e Sérgio Pires, da TV Candelária (canal 11), no programa Câmera 11 desta terça-feira, 15. Nazif adiantou também que o município tem condições de concluir a obra e seu desejo é entregá-la pronta à população ainda este ano. “Já estive no DNIT para tratar sobre o assunto e nossa intenção é não rescindir o convênio. Se adotarmos essa medida a obra retornará ao DNIT, e isso nós não queremos. Vamos envidar todos os esforços para continuarmos com essa obra, pois nossa pretensão é concluir esse projeto este ano ainda. Mas queremos fazer tudo com cautela, com transparência para que a população saiba as medidas que estamos tomando com relação ao assunto”, disse.

Sobre a situação da Rua da Beira, o prefeito Mauro Nazif afirmou também ter condições de recuperar todo o trecho que necessita ser pavimentado, no entanto, ele anda não ordenou a realização do serviço porque corre o risco de ser preso. “O problema é que o contrato prevê a construção não apenas dos viadutos, mas também das marginais e a Rua da Beira é uma extensão das marginais. Ocorre que o serviço naquele trecho pode já ter sido pago sem que tenha sido executado. Por isso, se autorizasse a entrada das máquinas na área poderia sair algemado da prefeitura”, afirmou.
Emdur Mauro Nazif também afirmou que está trabalhando para reerguer a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdur), que está sob investigação do Ministério Público Estadual (MPE), depois que uma série de irregularidades foram descobertas no órgão. O MPE, inclusive, já orientou a prefeitura a não celebrar nenhum convênio com a Emdur e que também seja instaurada uma Tomada de Contas Especiais para a apuração das supostas irregularidades.
Para o prefeito, essa é uma situação triste, pois compromete o funcionamento de um dos órgãos mais importantes do município. “Nós lamentamos esses episódios, mas estamos colaborando com o Ministério Público prestando os esclarecimentos necessários tanto com relação a esse caso, como também com os fatos que motivaram as duas operações da Polícia Federal”, adiantou.

O prefeito também disse que não gosta de falar das denúncias que giram em torno da administração anterior, muito menos criticar a gestão passada. Mas, deixou claro, que essa atitude não significa que ele esteja se omitindo. “Não me pronunciar não significa que não estejamos fazendo nada. Estamos em contato direto com o Ministério Público cedendo inclusive toda a documentação que é solicitada. Não falar da gestão do antecessor é uma característica minha. Não gosto de governar olhando pra trás. Temos que andar é pra frente”, respondeu.

Lixo e ônibus
Outro assunto abordado pelos jornalista foi o serviço de coleta de lixo e de transporte coletivo, prestado de forma deficiente à população. Ao ser questionado, o prefeito foi enfático em afirmar que sua vontade, assim que assumiu, era cancelar o contrato com a Marquise, responsável pela coleta de lixo, no entanto, ele esbarra na questão legal, além de algumas ações que correm na Justiça. O prefeito chegou a classificar de absurdo o contrato. “São quase meio bilhão de reais que estão sendo pagos pelo contribuinte por uma concessão de 15 anos. É um valor muito alto que precisa ser revisto. Já existe, inclusive, empresas interessadas em prestar esse serviço que precisa ser melhorado e muito. A população não merece isso que está acontecendo, ser penalizada dessa forma”, afirmou.

Sobre as empresas de ônibus, Mauro Nazif, desfazendo os boatos, disse que não autorizou e nem vai autorizar nenhum reajuste de tarifa e revelou que os empresários queriam aumentar o valor da passagem de R$ 2,60 para R$ 3,20. “Somos contra esse aumento. Se eu autorizasse o reajuste da tarifa estaria traindo aqueles que acreditaram em mim e me elegeram prefeito. Estaria traindo a mim mesmo também”, desabafou.

O prefeito também deixou claro que é sua intenção quebrar o monopólio das empresas que prestam o serviço de transporte coletivo na cidade. O ideal é que esse serviço seja prestado por pelo menos três empresas com uma frota de 320 ônibus. “Essa também é outra questão que estamos tratando com cuidado pra ver o que pode ser feito. O que já sabemos é que do jeito que está não pode ficar”, esclareceu.

Alagações Respondendo às perguntas feitas pelos telespectadores via telefone, msn, e-mail e pelo facebook, que queriam saber do prefeito as ações que estão sendo realizadas pelo município no trabalho de combate às alagações, Mauro Nazif afirmou que a Secretaria Municipal de Obras (Semob) e Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), estão trabalhando em conjunto na tentativa de diminuir o número de ocorrências registradas nos anos anteriores.
“A Semob e a Semusb estão juntas trabalhando no desentupimento de galerias, limpando canais nessa força tarefa para diminuir as alagações. Já reunimos também com os representantes do consórcio Energia Sustentável do Brasil pedindo o apoio e a colaboração nesse trabalho. No encontro solicitamos que fosse colocado à disposição do município algumas máquinas e também que fosse adquirido um caminhão “tatuzão”, para o desentupimento dos bueiros”, adiantou.


Texto e fotos: Comdecom