Mesmo sem apoio das autoridades, equipe do genus foi à luta e sagrou-se campeã

Valdemir Caldas

Publicada em 15 de December de 2014 às 20:14:00

Pouca gente sabe, mas a equipe feminina do Genus sangrou-se campeã estadual de futebol, domingo passado, ao derrotar dentro da casa do adversário, o time de Espigão do Oeste e, agora, vai representar o Estado de Rondôniana Copa do Brasil.
Foi uma partida eletrizante, com lances de tirar o fôlego. Nossas meninas foram simplesmente brilhantes, verdadeiras heroínas, que chegaram à frente de batalha sem nenhum apoio das autoridades ligadas ao esporte.
Haja insensibilidade! A começar pela Federação de Futebol de Rondônia, que não moveu um palito de fósforo para ajudar a equipe da capital.

O descaso foi tamanho, que as atletas tiveram que fazer uma vaquinha para pagar o ônibus. Houve até quem adiasse compromisso pessoal para contribuir com as despesas. E ai eu pergunto: para que serve uma federação desse jaez?
Nada disso, porém, tirou o brilho, a determinação e o espírito de luta da equipe do Genus. Por isso, todos os encômios para nossas jogadoras, sobretudo na parte disciplinar. Nota dez para elas e para a equipe técnica. E nota zero para a Federação.
Curiosamente, durante as campanhas eleitorais, os candidatos enchem a boca para falar sobre cultura, esporte e lazer, apresentando as mais cínicas e despudoradas promessas. Vociferam, em alto e bom tom, que, “no meu governo será assim, assado e cozido”.

Eleitos, como que num passe de mágica, se esquecem das promessas feitas ao povo e passam, como aves de rapina agourentas, a cuidar de seus próprios e mesquinhos interesses. E o esporte que se dane!
Aqui e acolá, somos destaques na imprensa nacional. Não pelas nossas belezas naturais, nem pela riqueza de nosso subsolo, nem pelo comportamento pacífico e acolhedor da nossa gente, mas, sim, pela ação deletéria de um sem-número de políticos e dirigentes públicos canalhas.

Mas Rondônia, seu povo, sua gente sofrida e os poucos que fazem do esporte sua bandeira de luta estão acima dessa casta infame, como muito bem mostraram as meninas do Genus, às quais rendo minhas sinceras homenagens, com destaque para a jogadora Rosinha.