O Brasil é uma m* política

Gessi Taborda

Publicada em 07 de December de 2016 às 08:19:00

FILOSOFANDO

“O Brasil vai sair da barbárie para a decadência sem conhecer a civilização.” CLAUDE LEVY-STRAUSS(1908/2009), antropólogo, professor e filósofo belga, considerado fundador da antropologia estruturalista.

 

A PROPÓSITO

A propósito da decisão de senadores, após passarem horas e horas de reunião no dia de ontem, em não aceitar a decisão do afastamento de Renan Calheiros, fica realmente difícil acreditar nas instituições desse nosso país.

No caso desse mais que sexagenário colunista, não há outro sentimento: o Brasil é uma m* política. Ninguém parece conhecer os fundamentos constitucionais: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. 

Estou decepcionado. 

O Brasil virou uma esbórnia política. Todos são culpados e inocentes. Todos são políticos devotados para servir ao país que tem 15 milhões de desempregados. Então Renan fica exatamente onde estava, se lixando para a decisão de seu afastamento.

A ordem constitucional é uma coisa corporativista, cada um tratando de seu salário, cada um cuidando de seu pirão. Ninguém está preocupado com o bem-estar da população, de todos nós que trabalhamos cerca de cinco meses apenas para pagar impostos. Esbórnia constitucional.

 

CABIDE

Se a austeridade na gestão do município for o alvo da nova gestão, Hildon Chaves terá de começar os cortes de pessoal pelo próprio gabinete. Essa é a opinião de uma fonte qualificada da coluna. Segundo ela o gabinete do (ainda) prefeito Mauro Nazif funciona como uma espécie de cabide de emprego que, segundo consta, supera em termos de pessoal até o a Casa Civil do governo de São Paulo. 

Fonte próxima do futuro prefeito tucano acredita no corte de mais de 50% dos chamados cargos de confiança. Se não forem eliminados de imediato, tais cargos (todos de livre preenchimento) ficarão vagos até uma reestruturação administrativa da prefeitura.

 

FEUDOS

O prefeito Hildon Chaves, disse outra fonte, deverá ser devidamente informado de que algumas secretarias municipais estão entre os maiores cabides de emprego da prefeitura. Isso porque tais pastas foram transformadas há anos em verdadeiros feudos de vereadores e partidos, como é o caso notoriamente conhecido da Semtran, onde quem dava as cartas eram donos de empresas de ônibus ou vereadores ligados ao segmento dos taxis.

Além de ser reduto de afilhados políticos, ela se transformou na indústria da multa com a ferramenta dos fiscais de trânsito, incentivados para multar sem dó e nem piedade.

 

PROLIFERAÇÃO

Os cabides de empregos na prefeitura proliferam pelos mais diversos segmentos. Ildon vai precisar dar uma atenção especial ao que acontece na Emdur, empresa controlada pelo município, onde segundo consta tem mais gente lotada na burocracia do que na prestação de serviços à coletividade. 

A Emdur ganhou notoriedade no tempo em que o PT governou a cidade quando foi apontada como tentáculo de destaque na corrupção que levou seu presidente (que era vereador licenciado) a ser preso numa operação policial de combate à roubalheira.

 

ORÇAMENTO

Os deputados estaduais começaram a discutir no âmbito das comissões fixas da Assembleia o orçamento do estado para o próximo ano. A peça em discussão, de acordo com quem é da área econômica, não está de conformidade com a realidade presumível para o próximo ano. Um economista consultado pela coluna garante que a Secretaria de Finanças do governo rondoniense terá de adotar medidas extremas para o enfrentamento da crise financeira que certamente será aprofundada em 2017.

 

CENÁRIO DESOLADOR

Basta uma rápida observação no número de prédios comerciais fechados no centro de Porto Velho ou uma simples constatação de que esse cenário se repete, por exemplo, no único shopping da cidade para prever que no próximo ano o cenário será possivelmente mais desolador do que agora, nessa época das festas natalinas. 

Empresas de vários setores que estão fazendo de tudo para resistir à crise já preparam novas demissões para o início de 2017, como meio de se adaptarem à recessão mais prolongada sinalizada pelos índices econômicos.

Até agora ninguém sabe como o governo estadual pretende reagir para amenizar esse cenário de desolação.

 

ESPECULAÇÃO

Começa a serem pautados na tal mídia amestrada temas surreais sobre a disputa do governo do estado em 2018, tendo como protagonistas os raposas felpudas da política tupiniquim. Essa mídia começa a tascar nas suas mensagens costuras sobre um suposto loteamento desses caciques, determinando quem vai para o governo e quem vai para o senado.

 

APREENSÃO

O cidadão-contribuinte-eleitor precisa estar atento a essas especulações para não ser guiado a novas armadilhas que pretendem inviabilizar mudanças pelas quais a maioria do povo espera ansiosamente. Na verdade, o mundo político rondoniense vive hoje um momento de apreensão por temer que as delações da Odebrecht comprometa boa parte desses caciques, suspeitos de receber recursos ilegais para suas campanhas e para o enriquecimento ilícito.

 

PROBLEMAS

Antes de assumir o mandato em janeiro, os vereadores eleitos ou reeleitos têm o desafio de ter as contas de campanha aprovadas pela Justiça Eleitoral. Diversos vereadores eleitos para mais um mandato estão tendo problemas para ter as contas aprovadas. 

 

BARRA PESADA

O Tribunal de Contas do Estado emitiu, segundo fonte, parecer pela rejeição das contas de vários outros parlamentares reeleitos, que aguardam a decisão da Justiça Eleitoral. Entre as irregularidades mais comuns apontadas pelo MPE estão inconsistência na declaração das despesas e receitas, gastos não declarados e despesas realizadas em data anterior à data inicial de entrega da prestação de contas parcial, mas não informados à época.

 

MENTIRA

Especializada em fabricar e distribuir factoides da lamentável gestão (??) de Mauro Nazif, a Comdecom da prefeitura enviou ontem aos jornalistas mais uma de suas pérolas. Desta vez para vender a mentira de que a prefeitura tem executado ações para assegurar segurança no trânsito. Pura conversa fiada. 

 

SÍNTESE DO ABANDONO

A maioria das faixas de pedestres estão desbotadas. As lombadas não são pintadas com tinta reflexiva, a sinalização ajuda a travar o trânsito e é colocada sem nenhum critério.

A Semtran portovelhense é uma piada de mau gosto. Serve apenas como uma ferramenta para fabricar multas e um cabide de emprego para cupinchas do prefeito que agora, quando está de saída, escorraçado que foi pelo povo, faz tudo para mascarar com factoides a realidade dessa capital síntese de sua incompetência.