O dia seguinte ao da posse

Por Valdemir Caldas

Publicada em 10/01/2013 às 09:32:00

Ganhar uma eleição, ao contrário do que se pensa, não é tarefa das mais difíceis. Nada que uma robusta conta bancária e um discurso afinado, devidamente preparado por quem entende do riscado, não possam resolver. O candidato à prefeitura de Porto Velho, Mario Português, só não levou por que caiu na besteira de chamar a capital de favela.

O desafio começa, mesmo, após a consagração nas urnas. Que os digam o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif (PSB), e o presidente da Câmara, Alan Queiroz (PSDB). Tudo começa com os problemas herdados, em grande parte, de uma longa história de tropeços e equívocos na gestão dos negócios públicos.

Na prefeitura, o maior desafio de Nazif consistirá em promover as mudanças sociais, econômicas e estruturais de que tanto o município precisa para ganhar contornos de uma verdadeira capital.

Os problemas são muitos e complexos. Aí estão às alagações, as invasões de terras, as deficiências dos sistemas educacional e de saúde, o inchaço da máquina, as filas nos terminais, o trânsito caótico, que, a cada ano, deixa uma rastro de mortes e mutilados, consequência muita mais da imprudência de alguns motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, que da precariedade de nossas vias.

Na Câmara, o presidente Alan Queiroz começou reduzindo o número de assessorias e diretorias. Aliás, uma recomendação feita pelo Tribunal de Contas de Rondônia, desde o início do ano passado, mas que o ex-presidente Eduardo Rodrigues preferiu deixar para o seu sucessor.

Agora, cada vereador só vai poder ter, no máximo, quinze assessores parlamentares. São mais de trezentos contra pouco menos de cento e dez estatutários. Ainda é muito. É preciso avançar mais.

Essa era uma situação com o qual não mais se podia conviver. Com se vê, as tarefas de Nazif e Alan são extremamente espinhosas e não admitem discursos vazios. Deixemos isso para o presidente da ALE, José Hermínio Coelho (PSD), um especialista na arte de dizer asneiras.

A hora é de descer do palanque, deixar as diferenças de lado e colocar as mãos na massa. Afinal de contas, o povo deu um crédito de confiança tanto para Nazif quanto para Alan. E ambos precisam honrar esse compromisso, assumido durante a campanha eleitoral.

Afinal, Porto Velho precisa da união de todos. Se bem que nem todos estão preocupados com os destinos da nossa cidade. Mas, com certeza, a maioria deseja vê-la no galarim de seus melhores triunfos.

Para isso, é preciso trabalhar duro. Aliás, trabalho é o que não falta. A dúvida é saber se há coragem e disposição para tanto. Será que o mesmo entusiasmo e a mesma capacidade de luta demonstrados no período eleitoral vão continuar no enfretamento das dificuldades? Isso só o tempo dirá.