Rondônia assina pacto de combate ao trabalho escravo até dezembro de 2017

Pacto foi firmado na 33ª Sessão Extraordinária do Conselho Nacional de Justiça.

Publicada em 14 de December de 2016 às 11:56:00

CNJ

Com o intuito de eliminar o trabalho escravo no Brasil, foi assinado nessa terça-feira (13), durante a 33ª Sessão Extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, o Pacto Federativo para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil. O governo de Rondônia participou da assinatura do documento representado pela Superintendência de Integração do Estado em Brasília (Sibra), juntamente com mais 14 estados e o Distrito Federal.

A presidente do CNJ, ministra Carmem Lucia, destacou o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana descrito no artigo 1º da Constituição Federal. Segundo ela, cabe ao Estado brasileiro ações que previnam, erradiquem e punam o trabalho escravo, por ser uma forma degradante para com o cidadão. “Não cabe a um ser humano ter domínio sobre o outro”, afirmou.

A secretária especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, Flávia Piovesan, falou da responsabilidade partilhada pelos estados na articulação de políticas e ações de enfrentamento ao trabalho escravo. Ela citou ainda os direitos a não ser submetidos à escravidão e à tortura como absolutos dos seres humanos.

A administração linear do governo de Rondônia em políticas pró direitos humanos, para a juíza Sandra Torres, do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ-RO), sempre foi pautada pelo diálogo entre as instituições, como Ministério Público, Judiciário e a sociedade civil. Sandra citou fatos ocorridos nos sistemas prisionais e socioeducativos rondonienses e que conjuntamente com a participação da sociedade civil foram sendo superados.

Com a assinatura do documento, a Sibra atuará como interlocutora do governo de Rondônia nas ações do pacto a ser articuladas na capital federal. “Este ato não é uma ação isolada, mas complementa as ações do estado para o cumprimento da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948”, explicou a superintendente Elizete Lionel.

Segundo ela,  todos os estados participantes criarão comissões estaduais para a erradicação do trabalho escravo até dezembro de 2017 e nos termos do pacto qualquer unidade da Federação pode participar.

Durante o evento, foi exposto que conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), são gerados por ano US$ 50 bilhões e atingidos mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, foram encontrados mais de 50 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Roberto Caldas, presidente da Corte Internacional de Direitos Humanos, enumerou que o trabalho escravo hoje pode ser maior do que nos séculos XV e XVI.

 

Fonte
Texto: Alex Nunes
Fotos: Alex Nunes