Sindicato cobra da Superintendência do Banco do Brasil esclarecimentos de como a reestruturação afetará funcionários em Rondônia

A chamada reestruturação contém uma série de medidas que irão reduzir o quadro de pessoal da empresa.

Publicada em 23 de November de 2016 às 12:18:00

Em reunião solicitada pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), na manhã de ontem, 22/11, na sede do Sindicato, os dirigentes sindicais cobraram de Antônio Carlos Soares 'Toninho' (que assumiu recentemente a Superintendência Estadual) acompanhado de Olivete Barrichello, gerente administrativa, esclarecimentos sobre o processo de reestruturação anunciado no último domingo pelo BB, a nível nacional, e de que forma ele vai afetar as agências e os funcionários do banco público em Rondônia, além de exigir garantias e proteção a quem com este processo for atingido.

A chamada reestruturação contém uma série de medidas que irão reduzir o quadro de pessoal da empresa, via Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), e o número de agências, além de extinguir diversos cargos. O Plano de Aposentadoria Incentivada vislumbra atingir até 18 mil funcionários e prevê a redução de 402
agências em todo o país, além da transformação de outras 379 em postos de atendimento.

O Sindicato exige garantias de remuneração para os funcionários que tiveram cargos e funções cortadas, bem como a todos que ficarão de excedentes em cada agência. Para os funcionários que perderão os cargos, a reivindicação é que a Verba de Caráter Pessoal (VCP), que garante a remuneração, seja iniciada depois de 1º de fevereiro e que o prazo seja estendido para mais de 4 meses. Na minuta de reivindicações, o movimento sindical solicita VCP de 12 meses, em caso de reestruturação.

Os dirigentes do SEEB-RO pedem ainda que os caixas executivos que tiveram seus cargos cortados e não conseguirem realocação sejam contemplados com VCP, que hoje não tem previsão.

O superintendente confirmou que não vai haver fechamento de agências, mas que a reestruturação vai afetar o quadro funcional em praticamente todas as unidades, a exemplo da agência Centro Porto Velho, onde será reduzido o quadro em quatro postos efetivos, dois assistentes e um gerente de negócios, num total de sete empregados somente na agência principal do Centro da capital rondoniense. Além disso, duas agências (Cabixi e Corumbiara) serão transformadas em PA's (Postos de Atendimento) e, consequentemente, os funcionários  excedentes' terão que ser realocados para outras unidades e em outras localidades.

Toninho disse que, inicialmente, a Superintendência não pode projetar o número exato de quantos funcionários vão aderir ao plano de aposentadoria incentivada, mas garantiu que as vagas que serão abertas com as adesões serão prioritárias aos funcionários que serão atingidos com as realocações. Ele disse que a SuperBB fará 'o possível' para que todos os funcionários que, a partir de junho de 2017 que estão 'sobrando' ou 'faltando' nas agências, sejam realocados no Estado de Rondônia.

Questionado sobre a sobrecarga de trabalho que será ampliada com a redução no quadro de empregados, em comparação à demanda de clientela, o superintendente disse que o banco está investindo no chamado atendimento digital, o que não agrada ao Sindicato pela forma com que é instituído, unilateral e impositivamente e ignorando a figura do bancário.

Antônio Carlos Soares ficou de repassar ao Sindicato um estudo completo para definir as dotações dentro de cada uma das agências do Banco do Brasil em Rondônia.

"Consideramos positiva a visita do superintendente e sua boa vontade em fazer os esclarecimentos que queríamos, mas ainda assim estamos preocupados com esta situação que mexe com a vida de pessoas, de famílias inteiras e suas rotinas, que causa a intranqüilidade de pais e mães de família, que além de poder perder funções e comissões, também não sabem o seu destino adiante, para onde vão, para onde deverão ir, mudar de agência, de cidade e até de Estado. O banco não pode brincar com a vida das pessoas. Por isso vamos estar atentos para a movimentação de pessoal para que nenhum direito seja desrespeitado ou retirado, que os empregos sejam protegidos e vamos cobrar todas as promessas e garantias feitas pela Superintendência em defesa do trabalhador e também da população em geral, que sofrerá este impacto diretamente, pois se hoje o atendimento já é precário nas agências, será ainda piorado com a redução no quadro de empregados e fechamento de agências", mencionou José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.


MOBILIZAÇÃO

O Sindicato vai fazer reuniões nos locais de trabalho buscando informações e dando orientações aos funcionários, preparando atividades de mobilização locais e as que serão orientadas nacionalmente.

Por fazer parte do Comando Nacional dos Bancários, o SEEB-RO segue para Brasília nos próximos dias para participar da próxima reunião do movimento sindical com a direção nacional do Banco do Brasil, dia 1º de dezembro, em Brasília.

Fonte: SEEB/RO